As despesas das famílias e instituições sem fins de lucro com consumo final de bens e serviços de saúde cresceu de forma mais acelerada nos últimos anos do que as do governo. Os gastos passaram de 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 5,8% entre 2010 e 2019. No mesmo período, os gastos do governo ficaram praticamente estáveis, passando de 3,6% para 3,8% do PIB. Os dados são da série histórica da Conta-Satélite da Saúde, iniciada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No total, em 2019, as despesas com saúde das famílias e instituições somaram R$ 427,8 bilhões, e as do governo somaram R$ 283,6 bilhões. Portanto, a despesa total do país foi de R$ 711,4 bilhões, ou 9,6% do PIB. Já a despesa per capita (por pessoa) com o consumo de bens e serviços de saúde foi de R$ 2.035,60 para famílias e instituições e de R$ 1.349,60 para o governo.
Quando a situação do Brasil é comparada com a de outros países também fica evidente a discrepância entre as despesas das famílias, instituições e governo.
No Brasil, as famílias têm um gasto com saúde (em porcentagem do PIB) maior do que a média dos países que integram a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), considerado o “clube dos países ricos”. Nesses países, a média para as famílias é de apenas 2,3% do PIB, enquanto o governo é responsável pela maior fatia, com 6,5% do PIB em despesa.
O principal gasto das famílias com saúde se destinou aos serviços privados, que responderam por 67,5% dessas despesas em 2019. Os gastos com esses serviços (R$ 291,9 bilhões) incluem integralmente os valores pagos a plano de saúde, inclusive quando o pagamento é feito por empregadores, e também as despesas com seguros.
Gastos do governo com Farmácia Popular recuam
Outro item com saúde que pesa no orçamento das famílias são gastos com medicamentos – R$ 122,7 bilhões – o que corresponderam a 29,3%. Por outro lado, a pesquisa do IBGE mostrou que a despesa do governo com o programa Farmácia Popular tem recuado.
Em 2019, a despesa de consumo do governo com o Programa Farmácia Popular totalizou R$ 2,3 bilhões, o que representou uma queda nominal (em reais) de 17,2% em relação a 2017, quando atingiu o valor nominal máximo da série histórica (R$ 2,8 bilhões).
Redação ICL Economia
Com informações das agências