Entre outubro e novembro do ano passado, as vendas no comércio varejista no país variaram 0,1%. Pelo segundo mês consecutivo, este indicador mostrou estabilidade ante o mês anterior, pois em outubro a variação havia sido de -0,3%. Com isso, o setor se encontra 1,9% abaixo do recorde da série, ocorrido em novembro de 2020, e está 4,5% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020). O acumulado do ano chegou a 1,7% e o dos últimos 12 meses, a 1,5%. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (17).
“O comércio tem uma trajetória de crescimento em 2023, mas sem avanços significativos mês a mês. O setor apresentou uma volatilidade muito baixa com resultados muito próximos de zero. À exceção de janeiro, o restante do ano ou houve estabilidade ou taxas muito baixas”, analisa o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
Das oito atividades pesquisadas, seis tiveram resultados positivos em novembro. Os principais impactos sobre o índice geral vieram de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (18,6%), Móveis e eletrodomésticos (4,5%) e Tecidos, vestuário e calçados (3,0%).
Para o gerente da pesquisa, um dos fatores que explicam o resultado é a Black Friday, que acontece no fim de novembro, e, em 2023, ajudou a garantir a estabilidade das vendas. Ele explica que quatro atividades são influenciadas pela Black Friday: Tecidos, vestuário e Calçados; Móveis e Eletrodomésticos; Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; e Outros artigos de uso pessoal e domésticos.
“A atividade que mais cresceu foi Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que avançou 18,6%, seguida por móveis e eletrodomésticos (4,5%). Além da Black Friday, o fator, que mais contribuiu para o desempenho de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, foi a depreciação do dólar, que recuou 2,5% em novembro, ajudando às vendas dos produtos de informática”, explica Santos.
As demais atividades no campo positivo foram Combustíveis e lubrificantes (1,0%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,1%).
“A influência de Hiper e Supermercados é muito grande, com peso de 50% no indicador. Não tivemos crescimento nessa atividade nos últimos dois meses, embora o resultado no ano (3,5%) seja positivo. Com o aumento no rendimento real e na ocupação, algumas pessoas podem estar direcionando seu dinheiro para o pagamento de dívidas e evitando o consumo”, completa o gerente da PMC.
As únicas atividades em queda foram Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,6%).
“Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria também teve um ano forte com apenas duas quedas, em janeiro (- 0,9%) e novembro (-1,6%). Houve um -0,3% em junho, mas isso é uma estabilidade. A ativdade acumula uma alta de 4,3% no ano. O que foi mais responsável pela queda de janeiro e novembro foram os itens de perfumaria”, diz Santos.
Vendas no varejo avançam 2,2% na comparação com novembro de 2022
Frente a novembro de 2022, as vendas do varejo cresceram 2,2%, sexto resultado positivo seguido desse indicador. Cinco das oito atividades pesquisadas avançaram: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (18,1%), Tecidos, vestuário e calçados (6,1%), Móveis e eletrodomésticos (5,2%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,0%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (4,1%).
Por outro lado, as vendas de três atividades recuaram: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,9%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-5,3%) e Combustíveis e lubrificantes (-1,7%).
Vendas sobem em 12 das 27 Unidades da Federação frente a outubro
Em novembro, frente a outubro, 12 Unidades da Federação tiveram alta nas vendas, com destaque para Espírito Santo (13,3%), Paraíba (1,8%) e Amapá (1,6%).
Já o avanço de 2,2% do varejo do país, frente ao mesmo período de 2022, foi acompanhado por 18 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Espírito Santo (12,4%), Maranhão (11,7%) e Ceará (8,0%). Por outro lado, nove das 27 Unidades da Federação mostraram taxas negativas. Os destaques foram: Paraíba (-16,4%), Roraima (-5,2%) e Distrito Federal (-4,7%).
Da Agência de Notícias IBGE