Aversão a risco no cenário global contamina o Ibovespa, que fecha em baixa de 1,60%, aos 114.059 pontos

Nas negociações do dia, o dólar terminou em alta de 0,38%, cotado a R$ 5,0545 no mercado à vista.
18 de outubro de 2023

Mais uma vez, o pregão da Bolsa brasileira foi contaminado pelo cenário externo. O Ibovespa encerrou esta quarta-feira (18) em forte queda de 1,60%, aos 114.059 pontos. Ao longo do dia, o principal indicador da B3 chegou a operar abaixo dos 113 mil pontos, mas reverteu ao longo do dia.

Cresce entre os investidores globais a aversão ao risco à medida que o conflito entre Hamas e Oriente Médio ganha contornos cada vez mais tensos, principalmente após o bombardeio de um hospital na Faixa de Gaza, que deixou centenas de mortos.

Hoje, os Estados Unidos vetaram, no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), uma resolução costurada pelo Brasil e que propunha que uma pausa humanitária em Gaza para socorrer milhares de civis vítimas dos bombardeios.

O conflito no Oriente Médio tem impactado o petróleo e o ouro, considerados ativos de proteção de investimentos em momentos de crise. Ambos, mais uma vez, encerraram o dia em alta.

Uma pesquisa do BofA (Bank of America, que ouviu quase 300 investidores e gestores globais que administram, juntos, quase US$ 736 bilhões, mostra que o risco geopolítico é a segunda maior preocupação de agentes do mercado. O primeiro continua sendo a economia norte-americana.

Nesta quarta, foi divulgado o Livro Bege, relatório do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) sobre as condições econômicas das 12 principais regiões do país. O documento mostrou que a inflação não deve dar sinais de trégua no país nos próximos meses, ainda que o ritmo de alta seja menor. Isso significa que um ciclo monetário mais apertado permanece no horizonte, com consequências para o restante do mundo globalizado.

Também pesaram nos negócios do dia os dados da China, que registraram sinais de fraqueza no setor imobiliário asiático, embora o PIB do terceiro trimestre do gigante asiático tenha vindo melhor que o esperado por analistas.

Por aqui, a agenda foi mais esvaziada, contando apenas com dados do varejo de agosto. O indicador teve queda de 0,2% na base mensal. Apesar da retração, o resultado foi menos negativo do que previsões de analistas, que estimavam baixa de 0,8%.

Nas negociações do dia, o dólar terminou em alta de 0,38%, cotado a R$ 5,0545 no mercado à vista.

Destaques do dia do Ibovespa

Entre os destaques positivos do Ibovespa, estiveram as ações do Magazine Luiza (MGLU3), que lideraram os ganhos com alta de 2,37% (R$ 1,73), com a expectativa de que a varejista ingresse no programa Remessa Conforme, da Receita Federal, que permite isenção de IPI para compras de até US$ 50.

O setor de petróleo também figurou entre as maiores altas da bolsa brasileira hoje, com destaque para a Petrobras, cujas ações acompanharam a valorização da commodity nos mercados internacionais.

A PETR3 fechou com alta de 2,34% (R$ 41,56) e a PETR4, de 2,26% (R$ 38,52).

Já na ponta negativa, a MRV (MRVE3) liderou as baixas do Ibovespa. As ações recuaram após a empresa divulgar uma prévia operacional do terceiro trimestre abaixo do esperado. Os papéis caíram 10,08% (R$ 8,30).

Mercado externo

As bolsas de valores de Wall Street fecharam no vermelho hoje, pressionadas pelo avanço dos Treasurys (títulos do Tesouro dos Estados Unidos) e pela escalada dos conflitos entre Israel e o grupo Hamas.

O S&P 500 fechou em baixa de 1,34%; o Dow Jones em -0,98% e a Nasdaq em -1,62%.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias

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