Economia da China cresce acima do esperado no 3º tri, e país chega mais perto da meta de crescer 5% em 2023

PIB chinês cresceu 4,9% no período ante a mesma base do ano anterior, ficando acima do esperado por analistas, que previam crescimento de 4,4%.
18 de outubro de 2023

A economia da China cresceu 4,9% no terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano anterior, ficando acima do esperado por analistas. Os dados foram divulgados, nesta quarta-feira (18), pelo Departamento Nacional de Estatísticas do gigante asiático.

Analistas consultados pela agência Reuters esperavam que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) chinês ficasse em 4,4% no período.

Na comparação entre o terceiro trimestre com o período anterior, a economia cresceu 1,3% de julho a setembro, em comparação com um crescimento de 0,8% nos três meses anteriores.

Com o dado acima do previsto, fica mais plausível a meta de crescimento anual estabelecida pelo governo chinês. “A meta de crescimento de [cerca de] 5% deverá ser alcançada”, disse Zhiwei Zhang, presidente e economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong, em uma nota de pesquisa, segundo informações das agências de notícias.

A despeito da escalada do conflito entre Hamas e Israel, que tem preocupado os mercados, as bolsas asiáticas reagiam bem, nesta manhã, aos dados da China.

Porém, o índice Shanghai SE (China) caía 0,80%, devido às preocupações com o mercado imobiliário do país, que ainda inspira cuidados. A construtora chinesa Country Garden, segundo informações da Bloomberg, que é improvável que consiga pagar o total de US$ 15,4 milhões em juros de títulos em dólares que vencem hoje.

O setor imobiliário representa cerca de 30% da economia do país e continua sendo um obstáculo ao crescimento mais substancioso. O investimento imobiliário caiu 9,1% nos primeiros nove meses de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o DNE.

Nos primeiros nove meses de 2023, economia da China cresceu 5,2%. Outros dados também vêm acima do esperado

Nos primeiros nove meses de 2023, a economia chinesa cresceu 5,2% em relação ao ano anterior. Entre os dados que ajudaram a impulsionar o PIB estão os gastos dos consumidores.

A produção industrial e as vendas no varejo da China cresceram mais que o esperado em setembro. A taxa de desemprego no país também surpreendeu positivamente no mês.

A produção industrial avançou 4,5% em setembro, em termos anuais, ante mediana de projeções de 4,3%. Já as vendas no varejo cresceram 5,5% ante setembro de 2022, superando a estimativa de 4,9%. No acumulado do ano, as vendas varejistas de bens de consumo aumentaram 6,8%.

A taxa de desemprego urbano no país recuou para 5,0% em setembro de 2023, ante 5,2% em agosto. A taxa, que foi a mais baixa registrada desde novembro de 2021, também ficou abaixo da mediana das projeções, que estava em 5,2%.

A melhora no vigor econômico da China é uma boa notícia para o Brasil. O gigante asiático, a segunda maior economia do mundo, é o maior parceiro comercial do Brasil.

No início deste mês, os dois países começaram a colocar em prática o uso de moeda local em operações comerciais entre ambos, como alternativa ao dólar.

A transação aconteceu com uma carga de 43 contêineres de celulose enviados à China pela empresa Eldorado Brasil no dia 25 de agosto deste ano. O produto saiu do Porto de Santos em direção ao Porto de Qingdao, na China. Na operação, houve a conversão direta de renminbi (também chamado de yuan) para real.

No entanto, a China ainda não recuperou plenamente o seu vigor econômico, após o baque causado pela pandemia de Covid-19. O mercado imobiliário entrou em crise há mais de dois anos, após uma repressão liderada pelo governo aos empréstimos dos promotores.

É provável que a recessão se prolongue, representando uma grande ameaça às perspectivas de crescimento da China nos próximos três a cinco anos.

Apesar de ter tido um início de ano sólido, após três anos de restrições causadas pela pandemia, a recuperação fracassou nos meses de abril a junho, em um contexto de gastos fracos dos consumidores, uma queda persistente no setor imobiliário e uma procura global fraca pelos seus bens manufaturados.

Em resposta à crise, o governo chinês intensificou seus esforços para alavancar seu crescimento. As medidas incluíram a redução das taxas de juro, a eliminação das restrições à compra de casas e de automóveis, a aceleração de projetos de infraestrutura e o relaxamento do controle de capitais para atrair o investimento estrangeiro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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