O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), índice de inflação calculado pelo IBRE/FGV, apresentou elevação de 0,52% no mês de maio e houve desaceleração na inflação calculada pela instituição durante o período. Tanto os preços ao consumidor (IPC) quanto os preços ao produtor (IPA) mostraram queda significativa, puxados principalmente pelo menor impacto dos combustíveis neste mês e pela queda nas tarifas de energia elétrica, que impediram um aumento mais relevante da inflação durante o mês. Os resultados foram condizentes com o mostrado no IPCA-15, o que significa que a inflação oficial de maio deve vir mais amena em maio.
Já no acumulado em 12 meses também houve queda. O indicador, que já estava em desaceleração, apresentou retração de aproximadamente 4 pontos percentuais apenas neste mês, quando saiu de 14,66% em abril para 10,72% em maio. O valor registrado em maio de 2021 havia sido muito elevado, 4,1%. Como a elevação inflacionária registrada no ano passado foi maior do que a observada neste ano, o acumulado reduziu. Com isto, o IGP-M passou a se comportar agora de forma mais condizente com o IPCA, que se encontra em um acumulado próximo a 12%.
Ao observar os três índices que compõem o IGP-M, houve tanto uma queda no IPA, que mede o preço aos produtores, quanto no IPC, que mede os preços aos consumidores. No primeiro caso, foi observado um valor de 0,45% ao mês ante 1,45% registrado no mês anterior, enquanto que para o IPC a queda foi ainda maior, saindo de 1,53% em abril para 0,35% em maio. Somente no caso do INCC, que mede o preço da construção civil, ocorreu um aumento na variação, que saiu de 0,87% para 1,49% neste mês. Os índices individualmente explicaram a queda geral do IGP-M.
O valor do IGP-M em maio de 2021 havia sido resultado direto do IPA registrado naquele mês, que foi de 5,23%. Naquele momento, o acumulado em 12 meses chegou a 50,21%, um valor extremamente elevado e, desde então, o índice desacelerou e tem apresentado um comportamento mais próximo de seus demais componentes.
O acumulado em 12 meses do IPA reduziu consideravelmente, saindo de 16,09% para 10,82%, quase 6 pontos percentuais de queda, enquanto o IPC teve uma queda menor e saiu de 10,37% para 10,09%. O INCC, mesmo em alta neste mês, também apresentou queda em comparação ao mesmo período do ano anterior, de 11,54% para 11,2%.
Bandeira tarifária verde na energia elétrica contribui para desaceleração do IGP-M
Individualmente, os preços que mais contribuíram para o avanço de 0,52% foram o diesel ao produtor, com alta de 3,29%, a gasolina ao consumidor, com alta de 1,01%, o etanol, com alta de 8,14%, a batata-inglesa, com alta de 12,5%, e o cimento, com avanço de 6,58%.
Porém, importantes bens tiveram quedas em seus preços, o que evitou uma elevação ainda maior da inflação em maio, como foram os casos da tarifa da energia elétrica, que caiu 13,71%, do tomate, com baixa de 13,2%, e da cenoura, que recuou 20,8%. A queda, principalmente da energia elétrica, que é um componente de produção da maioria dos itens comercializados no país, fez com que o impacto inflacionário fosse menor em maio do que nos meses anteriores.
Devido à queda, o grupo Habitação, no qual a energia elétrica está situada, teve queda de 2,57% neste mês. Ainda assim, houve altas significativas em alguns itens, como nos casos dos transportes, com variação de 1,2%, decorrente da alta dos combustíveis, e do grupo Saúde, que registrou reajuste de diversos remédios neste mês. O grupo alimentos, que vinha sendo um grande problema, apresentou menor aceleração neste mês, de 0,87%, o que mostrou que a melhora dos problemas climáticos contribuiu com a produção de itens in natura de consumo diário e fez com que a alta nos preços dos alimentos desacelerasse no mês.
O IGP-M foi positivo em maio, mas com tendência de queda puxada pela redução na tarifa de energia elétrica. O impacto dos combustíveis e alimentos, que são os dois principais problemas da inflação neste ano, foi mais reduzido em maio do que nos meses anteriores e indicou que a inflação oficial de maio deve vir em um patamar menor do que o observado nos últimos meses.
Redação ICL Economia
Com informações do Boletim Economia para Todos Investidor Mestre