Os índices futuros dos Estados Unidos e as principais bolsas mundiais estão operando mistos, nesta manhã de quarta-feira (7), no momento em que investidores aguardam mais falas de membros do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), com sinais sobre os rumos dos juros no país. Além disso, os investidores monitoram os impactos das medidas de estímulos à economia da China.
Na agenda de hoje nos Estados Unidos, são aguardadas falas dos dirigentes do Fed Susan Collins, Adriana Kugler e Tom Barkin, além de Michelle Bowman. Na frente de dados, são aguardados mais balanços corporativos e a balança comercial dezembro, com o consenso LSEG prevendo déficit de US$ 62,2 bilhões.
Ontem, outros dirigentes do Fed falaram de modo convergente ao do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, no domingo passado, de que o corte nas taxas de juros deve começar mais tarde do que o esperado pelo mercado.
Loretta Mester (Fed de Cleveland), por exemplo, declarou que é provável que os responsáveis pela política monetária sintam-se confiantes em diminuir as taxas “mais tarde neste ano”, caso a economia siga o curso previsto. Neel Kashkari (Minneapolis), por sua vez, reconheceu a melhora substancial na luta contra a inflação, mas destacou a necessidade de mais avanços.
Na Europa, Isabel Schnabel, do Banco Central Europeu, disse que os formuladores de políticas devem ser “pacientes e cautelosos”.
Na Ásia, as bolsas mostraram volatilidade devido a incertezas sobre a eficácia das medidas que vêm sendo anunciadas pela China para apoiar o mercado. A prudência dos investidores deve continuar, especialmente com os mercados chineses fechados pelo feriado do Ano Novo Lunar, que começa na sexta-feira (9).
No Brasil, a quarta será movimentada, com apresentação dos dados da balança comercial de janeiro e resultado primário de dezembro, além das vendas no varejo no mês de dezembro.
A temporada de balanços também segue, com Bradesco (BBDC4) divulgando seus números hoje, antes da abertura. O banco registrou lucro líquido recorrente de R$ 2,88 bilhões, abaixo da projeção LSEG de R$ 4,57 bilhões.
Brasil
O Ibovespa viveu um dia de euforia ontem (6), com os investidores repercutindo uma série de notícias animadoras no mercado interno e externo. O principal indicador da bolsa brasileira encerrou o pregão em alta de 2,21%, aos 136.416 pontos, bem próximo da máxima do dia e com alta na maioria dos papéis (só cinco dos 86 fecharam em baixa).
Do lado de fora, o petróleo impulsionou a Petrobras, pelo segundo dia consecutivo, e a petroleira ajudou a elevar o indicador. A notícia de que o governo da China vai anunciar um pacote de estímulos para a economia também contribuiu para animar o mercado.
Contudo, as notícias por aqui foram as principais responsáveis pelo ambiente otimista que vigorou na bolsa. Primeiro, a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, sinalizando que mais cortes de juros na faixa dos 0,50 ponto percentual estão no horizonte.
O dólar perdeu força e terminou o dia a R$ 4,9622, com baixa de 0,39% no mercado à vista.
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam mistos, com os investidores analisando resultados trimestrais no meio da temporada de lucros corporativos e à espera de mais falas de membros do Fed.
As empresas que divulgam resultados nesta quarta-feira incluem Uber, News Corp, PayPal e Walt Disney. As expectativas para a Disney são de receita estável e queda nos lucros.
Dow Jones Futuro: +0,03%
S&P 500 Futuro: -0,01%
Nasdaq Futuro: +0,04%
Europa
As bolsas da Europa também operam mistas, em meio à incerteza contínua sobre a perspectiva de corte das taxas de juros pelos bancos centrais das principais economias.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,22%
DAX (Alemanha): -0,18%
CAC 40 (França): +0,03%
FTSE MIB (Itália): +0,16%
STOXX 600: -0,07%
Ásia
Por sua vez, na Ásia, fecharam sem direção única hoje, com as bolsas chinesas estendendo ganhos ainda em reação a iniciativas de Pequim para conter perdas nos mercados acionários locais.
Ontem, um grande fundo de investimento e o regulador de valores mobiliários da China se mobilizaram na tentativa de resgatar as bolsas do país, que vinham acumulando fortes perdas em meio a preocupações com a fragilidade da recuperação da segunda maior economia do mundo.
Shanghai SE (China), +1,44%
Nikkei (Japão): -0,11%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,34%
Kospi (Coreia do Sul): +1,30%
ASX 200 (Austrália): +0,45%
Petróleo
As cotações do petróleo operam no campo positivo, com estimativas menores de crescimento da produção dos EUA, aliviando as preocupações com o excesso de oferta.
Petróleo WTI, +0,68%, a US$ 73,81 o barril
Petróleo Brent, +0,59%, a US$ 79,05 o barril
Agenda
Nos EUA, será divulgada a balança comercial de dezembro, com o consenso LSEG prevendo déficit de US$ 62,2 bilhões.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o governo federal anunciou, ontem à noite (6), o aumento na faixa de isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) para dois salários mínimos. É o segundo aumento na isenção desde o início deste governo. O teto de isenção, que estava congelado em R$ 1.903,98 desde 2015, subiu em maio de 2023 para R$ 2.640,00 e agora vai para R$ 2.824,00. Na seara de indicadores, saem o resultado primário dezembro; consenso LSEG estima deficit de R$ 124,35 bilhões; vendas no varejo de dezembro; consenso LSEG prevê queda mensal de 0,2%, mas alta anual de 2,9%; balança comercial janeiro; consenso LSEG projeta superávit de US$ 7,35 bilhões.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg