Após dias de perdas, índices futuros de Nova York voltam a operar em alta nesta manhã de terça-feira (27)

No Brasil, o mercado estará de olho na ata do Copom, divulgada hoje, e na prévia do IPCA-15
27 de setembro de 2022

Os índices futuros em Nova York estão operando em recuperação na manhã desta terça-feira (27), depois de dias de queda devido a preocupações com o futuro da economia do país. A inflação dos EUA continua em patamares altos, forçando o Fed (Federal Reserve) a adotar uma política mais agressiva no aumento da taxa básica de juros para controlá-la. A expectativa dos investidores é que a austeridade fiscal americana deve continuar até que os índices inflacionários deem trégua.

As principais bolsas europeias, por sua vez, estão operando mistas nesta manhã, após dias turbulentos nos mercados europeus. A exemplo do que tem ocorrido no mercado americano, ontem (26), a presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, sinalizou que a autoridade monetária espera aumentar ainda mais as taxas de juros nas próximas reuniões de seu comitê.

De modo geral, os índices inflacionários de países europeus também estão em patamares históricos altos, forçando a uma alta generalizada das taxas de juros. Segundo Lagarde, a demanda continua forte, impulsionando a inflação, o que deve continuar forçando a políticas econômicas mais austeras.

Outra fonte de preocupação tem sido os mercados de títulos da libra e do Reino Unido, após as recentes desvalorizações da libra frente ao dólar e o anúncio do Banco da Inglaterra de que pode não agir antes de novembro para conter a recente desvalorização.

Por sua vez, as bolsas asiáticas também apresentaram recuperação e fecharam no terreno positivo nesta terça-feira, com destaque para o desempenho da China, impulsionada pelas ações de consumo e saúde.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de segunda-feira (26) em forte queda, com investidores de olho nas eleições presidenciais no Brasil e receosos com as ações do setor financeiro. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 2,33%, a 109.114 pontos. É a menor pontuação desde 9 de agosto, quando fechou em 108.651.

Segundo analistas do mercado financeiro, os mercados globais estão sob pressão diante do aperto monetário no exterior e das preocupações com a recessão. No âmbito internacional, investidores monitoram a volatilidade no Reino Unido, cuja moeda recuou à mínima histórica nesta manhã, e no restante da Europa, onde há possibilidade de recessão, com as autoridades monetárias buscando combater a alta de preços.

Nas negociações do dia, o dólar fechou em forte alta de 2,52% frente ao real, cotado a R$ 5,3804.

Europa

Os mercados europeus operam mistos na sessão de hoje, com as ações tentando subir após negociações tumultuadas no início da semana. As atenções continuam voltadas para o Reino Unido, após anúncios a respeito da política fiscal do Ministro das Finanças britânico, Kwasi Kwarteng, na sexta-feira passada, de que não deve agir antes de novembro para tentar conter a recente desvalorização da libra frente ao dólar.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,59%
DAX (Alemanha), +0,03%
CAC 40 (França), +0,22%
FTSE MIB (Itália), -0,20%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA estão em trajetória ascendente nesta manhã, após ter começado a semana no negativo. Apesar disso, os investidores continuam preocupados com o fato de que o Fed deva manter a agressividade e taxas de juros crescentes para conter a inflação, e que podem levar o país a uma recessão.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,85%
S&P 500 Futuro (EUA), +1,08%
Nasdaq Futuro (EUA), +1,25%

Ásia

Já as ações da China fecharam em forte alta nesta manhã com a ajuda das ações do setor de consumo, educação e saúde. As principais bolsas da Ásia-Pacífico acompanharam o movimento de recuperação.

O Banco Mundial reduziu sua previsão de crescimento anual de 2022 para a região do Leste Asiático e Pacífico para 3,2% em relação à previsão de abril, de 5%.

Shanghai SE (China), +1,40%
Nikkei (Japão), +0,53%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,03%
Kospi (Coreia do Sul), +0,13%

Petróleo

As cotações do petróleo sobem após queda da véspera, com sinalizações de que a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros países) procurou evitar um colapso nos preços, juntamente com um leve abrandamento do dólar, moderando uma liquidação anterior.

Petróleo WTI, +1,63%, a US$ 77,96 o barril
Petróleo Brent, +1,68%, a US$ 85,47 o barril

Agenda

Nos EUA, serão divulgados nesta terça-feira (27)  o índice de confiança do consumidor e números de venda de imóveis. Além disso, vários membros do Fed farão discursos ao longo do dia.

Por aqui, no Brasil, no campo político, foi divulgada ontem pesquisa Ipec, que mostra crescimento de 47% para 48% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e 31% do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. No campo econômico, será divulgada a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que encerrou o ciclo de aperto monetário, com a taxa Selic em 13,75%. Investidores também esperam pela prévia do índice de preços ao consumidor amplo (IPCA-15).

Redação ICL Economia
Com informações das agências

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.