O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado na semana passada pelo IBGE, teve a maior variação desde 2015, com a inflação de fevereiro chegando a 1,01%. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 10,54%, atingindo com mais força as populações mais pobres.
Em 13 das 16 áreas pesquisadas pelo IBGE, o índice atinge dois dígitos, passando de 13% na Grande Curitiba. Alimentos, educação, aluguel e energia estão entre os itens que mais se destacaram no mês passado. Educação subiu 5,61%, com impacto de reajustes praticados no início do ano letivo. Já o grupo Alimentação e Bebidas, que subiu 1,28% no mês, teve a influência de produtos para consumo no domicílio (1,65%). Na Habitação (0,54%), o destaque é para o aluguel residencial (0,98% de alta) e condomínio (0,83%). Esses itens tiveram impacto de 0,04 e 0,02 ponto, respectivamente. A energia elétrica, que havia caído em janeiro, subiu 0,15%. Também aumentaram a taxa de água e esgoto (0,65%) e o gás encanado (0,45%).
Para março, as projeções são de disparada a se considerar o mega aumento dos combustíveis que passou a vigorar no último dia 11 – gasolina (18,8%), diesel (24,9%) e gás de cozinha (16,1%).
Inflação acima do teto da meta
Nesta segunda-feira (14), o Banco Central divulgou a estimativa de 6,45% de inflação para 2022. Até então, a expectativa era de que ficasse em 5,65% neste ano. É a nona alta seguida na estimativa do mercado financeiro para a inflação, divulgada semanalmente pelo BC.
Com a nova alta, a previsão do mercado se distancia mais do teto da meta. A meta central de inflação para 2022 é de 3,50% e será cumprida oficialmente se o índice oscilar entre 2% e 5%. Se confirmada a previsão do mercado para a inflação em 2022, será o segundo ano seguido de estouro da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%, o maior desde 2015.
Taxa de juros
Esta semana, o Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central – se reúne pela segunda vez no ano e a expectativa é de uma nova alta para a taxa básica de juros (Selic), com ajuste de 1 ponto percentual, dos atuais 10,75% para 11,75% ao ano, a maior desde fevereiro de 2017.
Redação ICL Economia
Com informações das agências