JPMorgan alerta sobre dívida de US$ 34 trilhões dos EUA: ‘sapo em água fervente’

Analistas esperam os preços do ouro subam diante da perda de credibilidade do dólar americano.
10 de janeiro de 2024

A gigante financeira americana JPMorgan alertou que a explosão da dívida pública dos Estados Unidos, atualmente em US$ 34 trilhões, pode representar um fenômeno de “sapo em água fervente” para a maior economia do mundo, à medida que déficits maiores e custos de juros em expansão podem se tornar insustentáveis, informou o site Business Insider.

O relatório de perspectiva para 2024 da firma, com sede em Nova York, evoca o mito popular de que um sapo permanecerá calmamente em uma panela de água que é aquecida gradualmente até ser cozido vivo — mas saltaria para fora se fosse jogado em água já fervente.

Previsões do Congresso americano pintam um quadro assustador, sugerindo que no início da década de 2030, os EUA gastarão mais com direitos, programas obrigatórios e juros da dívida do que arrecadam em receitas.

“O problema para os EUA é o ponto de partida; cada rodada de estímulo fiscal aproxima os EUA um passo mais da insustentabilidade da dívida”, disse Michael Cembalest, estrategista da JPMorgan.

“No entanto, estamos acostumados ao deterioramento das finanças do governo dos EUA com consequências limitadas para os investidores, e um dia isso pode mudar (a analogia do sapo fervendo)”, acrescentou Cembalest.

Com perda de credibilidade do dólar, ouro de subir

Alexander Potavin, analista da Finam Holdings, um dos maiores grupos de investimento da Rússia, espera que os preços do ouro subam diante do quadro da dívida norte-americana.

“Acreditamos que as cotações dos metais preciosos podem atingir US$ 2.100-US$ 2.150 por onça no início de 2024. Se as taxas de juros reais caírem, podemos esperar que o ouro renove máximas históricas anteriores e suba para cerca de US$ 2.200-2.250”, disse o especialista à agência Sputnik.

Como o ouro serve como mecanismo de defesa para diversos riscos, existem atualmente muitas razões para que novos recordes de preço do ouro sejam alcançados, disse Kochetkov.

Ele disse que os bancos centrais do mundo continuarão a comprar ouro, já que a sua “desconfiança no sistema financeiro ocidental não só permanece consistentemente alta, mas até se fortalece devido às recorrentes declarações de intenção de usar ou confiscar ativos russos”. Ele acrescentou que, neste caso, o ouro desempenha um papel de forma material e anônima de dinheiro.

O especialista disse que o dólar continua a perder credibilidade, uma vez que a dívida dos EUA ultrapassou os 34 trilhões de dólares, e quanto maior for a dívida, menos confiança na moeda dos EUA será dada a outros países.

As tensões geopolíticas no mundo são outro elemento de instabilidade que, em caso de escalada, pode fazer com que os preços do ouro excedam os 2.300 dólares, disse o chefe de pesquisa de ações do Alfa-Bank, Boris Krasnojenov.

Do Brasil 247. Fonte: Sputnik/Business Insider. 

 

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