Lucro dos bancos privados atingiu a ‘escandalosa’ marca de R$ 67,1 bi em 2023

Contudo, montante representou queda de 9,4% em relação a 2022. Lucros do Itaú e do BTG Pactual ajudaram a puxar o "trem da alegria".
8 de fevereiro de 2024

Os bancos privados mostram que ser banqueiro no Brasil é mesmo estar numa ilha da fantasia. Em 2023, os bancos privados lucraram R$ 67,1 bilhões. Contudo, o valor foi 9,4% menor que o apontado em 2022. Os dados contemplam apenas quatro instituições: Santander, ItaúUnibanco, BTG Pactual e Bradesco.

O cálculo foi feito por Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria, com base em dados divulgados pelas instituições financeiras ao mercado e agregados pela plataforma Comdinheiro.

Entre os quatro, o ItaúUnibanco, considerado o maior do ramo na América Latina, teve a maior alta no lucro, de 26,6%, seguido pelo BTG, com salto 10,2%.

Por sua vez, o espanhol Santander registrou queda de 38,2%, e o Bradesco, de 31,6%. Com o desempenho, o lucro do BTG superou, pela primeira vez, o do Santander.

Os lucros das instituições ficaram da seguinte forma:

  • Itaú Unibanco: R$ 33,8 bilhões (+26,6%);
  • BTG Pactual: R$ 9,9 bilhões (+10,2%);
  • Bradesco: R$ 14,5 bilhões (-31,6%);
  • Santander: R$ 8,8 bilhões (-38,2%).

“É interessante notar que tanto o Itaú Unibanco quanto o BTG apresentam um crescimento constante desde 2000, enquanto o Santander e o Bradesco vêm experimentando uma queda contínua desde 2021”, afirmou o autor do estudo ao site g1.

Aliás, ontem (7), o Ibovespa sentiu o baque da divulgação do balanço do Bradesco. As ações da instituição (BBDC4;BBDC3), que têm peso no indicador, caíram 15,9%, fazendo o banco perder R$ 24,1 bilhões de seu valor de mercado.

No dia anterior, BTG e Itaú haviam divulgado seus lucros, ajudando a elevar o principal indicador da bolsa brasileira.

bancos privados

A economista Deborah Magagna comenta o lucro do Itaú

A economista e apresentadora do programa ICL Mercado e Investimentos, Deborah Magagna, comentou o resultado do Itaú no programa da última terça-feira (6).

“Quando a gente olha as fontes de receita desse lucro, temos [aumento das] receitas com operações num geral e tarifas, teve aumento das carteiras de crédito. Isso contribuiu bastante! E temos ali, também, as modalidades de cartão de crédito ganhando um peso grande no lucro do Itaú. O setor financeiro ficou muito feliz com a notícia”, ironizou.

De acordo com Deborah, os bancos sempre ganham, em qualquer situação, indo a economia bem ou mal. Isso porque, em algum momento da vida, “48% da renda do brasileiro vão parar na mão de algum banco”.

Até agora, o maior lucro anual consolidado dos quatro bancos se deu em 2022, com R$ 74,1 bilhões.

Bancos privados: juro médio do rotativo do cartão subiu 6,4 p.p. de novembro para dezembro

Considerado o grande vilão do bolso do brasileiro, o rotativo do cartão de crédito é um baita negócio para os bancos.

O governo vem tentando acabar com a farra dos juros do rotativo. Em janeiro, entrou em vigor o novo limite dos juros do rotativo do cartão de crédito, com um teto de 100% do valor da dívida, mas que só vale para os novos financiamentos. Os juros continuam nas alturas.

O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 6,4 pontos porcentuais de novembro para dezembro, conforme informações divulgadas na terça-feira (6) pelo Banco Central. A taxa passou de 434,4% para 440,8% ao ano.

No caso do parcelado, o juro passou de 195,6% para 196,8% ao ano entre novembro e dezembro. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 91,4% para 89,5%.

Para entender mais notícias como esta, assista ao ICL Mercado e Investimentos no vídeo abaixo:

Redação ICL Economia
Com informações do g1 e O Globo

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