‘Eu vou continuar tentando brigar para que a gente possa reduzir a taxa de juros’, afirmou Lula em primeiro dia de reunião do Copom

O o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que vai continuar pressionando o Banco Central pela redução da taxa de juros Selic. Também disse que não considera importante a autonomia do Banco Central
22 de março de 2023

Em entrevista, por transmissão online, ao site “Brasil 247”, na terça (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que vai continuar pressionando o Banco Central pela redução da taxa de juros Selic da economia brasileira. “Eu vou continuar batendo, eu vou continuar tentando brigar para que a gente possa reduzir a taxa de juros, para que a economia possa ter investimento”, disse.

Hoje, a taxa está em 13,75% ao ano. É o maior patamar desde novembro de 2016, quando o índice estava em 14% ao ano. Na conversa, Lula voltou a criticar o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Também disse que não considera importante a autonomia do Banco Central.  “Uma coisa que eu acho absurda é a taxa de juros estar a 13,75%, num momento em que a gente tem o juro mais alto do mundo, num momento em que não existe uma crise de demanda, não existe excesso de demanda”, afirmou o presidente para o site Brasil 247.

A crítica do presidente em relação à taxa de juros ocorreu no dia em que teve início uma nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para definir a taxa Selic. O grupo costuma se encontrar a cada 45 dias para determinar o índice.   Anteriormente,  em discurso no BNDES, Lula já havia dito que considerava uma vergonha o elevado percentual e a explicação dada para a sociedade sobre a alta taxa de juros.

“A gente só vai poder mudar o [presidente do] Banco Central daqui dois anos, porque ele tem autonomia. Eu, sinceramente, nunca me importei com a autonomia do Banco Central. Eu nunca achei que era importante. Eu não sei por que as pessoas acham que é importante autonomia.”

Ao comentar alta taxa de juros, Lula diz que presidente do BC não tem compromisso com crescimento do emprego

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Crédito: divulgação / Senado Federal

“Eu sinceramente acho que o presidente do Banco Central não tem compromisso com a lei que foi aprovada de autonomia do Banco Central. A lei diz que é preciso cuidar da responsabilidade da política monetária, mas é preciso cuidar da inflação também, é preciso cuidar do crescimento do emprego, coisa que ele não se importa.”, afirmou Lula durante a entrevista.

Sobre a nova regra fiscal apresentada a ele, pelo ministro Fernando Haddad, semana passada, o presidente informou que  ela será divulgada após viagem à China, marcada para o fim deste mês. 

Lula disse ser contra a “pressa” do sistema financeiro sobre essas novas regras. “Por que eu decidi [não validar a proposta]? Porque é preciso discutir um pouco mais. A gente não tem que ter a pressa que algumas pessoas do setor financeiro querem. Eu vou fazer o marco fiscal, eu quero mostrar ao mundo que tenho responsabilidade”, disse.

Durante a entrevista, o presidente também comentou sobre a taxa de juros para crédito consignado a aposentados. Na semana passada, o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) reduziu a taxa de juros máxima, de 2,14% para 1,7%.

A medida, proposta pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, provocou reação dos bancos, que passaram a suspender essas linhas de crédito, sob alegação de que os custos eram maiores que o retorno.

Após a repercussão negativa, ministros da área econômica se reuniram na segunda-feira (20) e decidiram elevar a taxa de juros, mas mantendo-a abaixo do patamar anterior. O novo patamar não foi anunciado, no entanto, deve permanecer inferior aos 2,14% anteriores.

‘”Uma coisa que poderia ser 100% boa, favorável, criou um clima de insatisfação nos bancos, que precisava ter avisado isso e se preparado, sabe, porque não pode baixar com a facilidade que a gente quer que eles baixem. Mas de qualquer forma, a tese é boa. Nós agora vamos tentar ver como que é que gente consegue fazer com que os juros baixem de verdade”, afirmou

Redação ICL Economia
Com informações do G1 e do Brasil 247

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