O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu trazer “o governo inteiro” a São Paulo para ver os mais pobres e o cenário da cracolândia e das pessoas em situação de rua da cidade, durante discurso no evento Natal dos Catadores na quinta-feira (15). “Eu nunca tinha visto o que eu vi hoje na rua de São Paulo. Acho que era o pessoal da cracolândia que foi tirado de um lugar e colocado em outro. Quero trazer o governo inteiro para ver”, afirmou. “Se a gente não cuidar dos pobres, se ficar vendo estatística. Se ficar olhando para o orçamento, se ficar olhando para a política fiscal do governo, sempre haverá uma prioridade acima dos pobres”, completou o presidente eleito. Ao longo da campanha eleitoral, Lula anunciou compromissos de incluir os mais pobres no Orçamento.
O evento contou com a presença de ministeriáveis, como o advogado Silvio Almeida, cotado para os Direitos Humanos, e o ex-prefeito Fernando Haddad, confirmado para a Fazenda. Também estava presente a empresária Luiza Trajano, dona da rede Magazine Luiza.
Durante o evento, o presidente da Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT), Roberto Rocha, entregou um documento com as demandas do setor.
“Estamos pedindo a possibilidade de uma Secretaria especial do Ministério do Meio Ambiente, que é a Secretaria da Reciclagem. Solicitamos também a revogação de vários decretos, principalmente do decreto chamada Ciclamais, que foi conhecido como o decreto da morte dos catadores de materiais recicláveis, então está aqui a demanda”.
Haddad também prometeu cuidar dos pobres e colocar os ricos no imposto de renda
Também o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad reeditou a promessa de campanha de Lula de cuidar dos pobres, colocando o pobre no orçamento. Segundo ele, esta foi a “tarefa” entregue a ele por Lula. “Ministro da Fazenda tem que ter uma preocupação: colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”, disse.
Lula assumiu o compromisso de realizar um encontro com moradores de rua do centro de São Paulo após a posse. A organização do encontro, segundo ele, ficará a cargo do padre Júlio Lancelotti, que também estava presente. Em São Paulo, o padre é reconhecido pelas diversas iniciativas para cuidar dos pobres e moradores de ruas.
No palco, além de Lula e Lancelotti, estavam a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o advogado Marco Aurélio Carvalho, do grupo de trabalho de Justiça do governo de transição, e a secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo, Marta Suplicy.
Lancelotti criticou o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que proíbe a chamada “arquitetura hostil” em São Paulo. O texto visava proibir que a prefeitura de São Paulo modifique a estrutura de calçadas e viadutos para impedir a permanência da população de rua. “Esperamos que seja derrubado o veto do presidente Bolsonaro, Muitos covardes não têm coragem de fazer esse decreto”, afirmou o religioso.
A categoria de catadores pediu a criação de uma secretaria especial de reciclagem no Ministério do Meio Ambiente no próximo governo, e a revogação de decretos editados pelo governo atual. Também foi requisitada a criação de uma secretaria nacional para cuidar dos pobres, que atenda à população em situação de rua.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias