O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse na terça-feira (21) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu os nomes sugeridos por Fernando Haddad (Fazenda) para as vagas de diretores do Banco Central, de acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo. Os dois nomes serão indicados ao Senado após o retorno da viagem à China. Lula viajará 25 de março e retornará dia 1º de abril.
Lula teria escolhido Rodolfo Fróes para assumir o posto de diretor de Política Monetária do Banco Central e Rodrigo Monteiro para ser titular da área de Fiscalização da instituição, segundo fontes do governo e do mercado financeiro ouvidas pela Folha.
Fróes vem do mercado financeiro, trabalhou no Bank of America e foi membro do conselho do Banco Fator, instituição que foi presidida pelo atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo.
Ele chega ao Banco Central para substituir Bruno Serra Fernandes, cujo mandato chegou ao fim em 28 de fevereiro. Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a função exige uma interação grande com o mercado financeiro por lidar com câmbio e leilões.
Já Monteiro é servidor de carreira do BC e assumirá o posto hoje ocupado por Paulo Souza, uma vez que seu mandato também expirou em 28 de fevereiro.
A escolha do futuro diretor cabe ao chefe do Executivo, que protagonizou embates com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Aliados de Lula defendem um nome que seja “equilibrado”.
A ideia inicial do governo Lula era discutir a escolha com Campos Neto, que, por sua vez, tinha a expectativa de tomar uma decisão em consenso com a gestão Lula. Depois de Lula ir a campo buscar nomes, Campos Neto se retraiu na esteira das desavenças públicas. Integrantes do governo chegaram a dizer que o presidente do Banco Central teria perdido a capacidade de influenciar os novos nomes em meio aos ataques.
Lula volta a criticar presidente do Banco Central
O presidente Lula afirmou em entrevista ao site Brasil 247 que não pode demitir Campos Neto, pois depende do Senado para encerrar o seu mandato. No entanto, acrescentou que Campos Neto não se importa com os termos previstos na legislação que prevê a autonomia do Banco Central.
“Eu sinceramente acho que o presidente do Banco Central não tem compromisso com a lei que foi aprovada de autonomia do Banco Central. A lei diz que é preciso cuidar da responsabilidade da política monetária, mas é preciso cuidar da inflação também, é preciso cuidar do crescimento do emprego, coisa que ele não se importa”, afirmou Lula durante entrevista ao Brasil 247.
O Banco Central anuncia nesta quarta-feira (22) a taxa de juros. Há um consenso no mercado financeiro que a Selic será mantida no atual patamar pela quinta reunião consecutiva, a segunda sob o governo Lula. Para uma parcela dos analistas, não há espaço para corte de juros antes do segundo semestre. O último encontro do colegiado do BC havia sido nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro.
Redação ICL Economia
Com informações da Folha de S. Paulo