A mediana das estimativas para o IPCA, o índice de inflação oficial do Brasil, avançou pela décima semana consecutiva no Relatório Focus, para 6,59%.
Com isso, a projeção do mercado para a inflação neste ano já é quase o dobro da meta do Banco Central, que é de 3,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual (ou seja: a meta será cumprida em 2022 se o IPCA ficar entre 2% a 5%).
A pesquisa também aponta um aumento na expectativa para a Selic (taxa básica da economia brasileira), de 12,75% para 13,00%, e para a alta do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, de 0,49% para 0,50%.
A previsão para o câmbio de dezembro permaneceu o mesmo (US$ 1 = R$ 5,30), segundo o levantamento coletado semanalmente pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras.
O mercado também elevou a estimativa para o IPCA de 2023 (de 3,70% para 3,75%) além da projeção para a Selic (de 8,75% para 9,00%) e o câmbio (de R$ 5,21 para R$ 5,22). Na outra ponta, reduziu a expectativa de alta do PIB (de 1,43% para 1,30%).
Para 2024 e 2025, as projeções para inflação, juros, crescimento da economia e dólar permaneceram as mesmas.
Atraso na divulgação
O Relatório Focus, que normalmente é divulgado às 8h25 pelo Banco Central, só foi publicado às 10h nesta segunda.
O atraso na divulgação ocorreu devido à operação-padrão dos servidores, segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal). A instituição foi procurada pelo InfoMoney, mas não respondeu até o momento se o atraso se deve às paralisações diárias dos servidores.
Os funcionários do BC decidiram na semana passada fazer paralisações diárias de quatro horas, de 14h às 18h. A categoria quer um reajuste salarial de 26,3%, além da reestruturação da carreira de analistas.
O presidente do Sinal, Fábio Faiad, afirma que a operação-padrão dos servidores pode afetar outras importantes divulgações desta semana, como a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na terça às 8h, e do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), na quinta-feira (24) às 8h.
Meta de inflação
O objetivo a ser perseguido pelo Banco Central é que a inflação fique em 3,5% neste ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual (ou seja: a meta será cumprida se o IPCA ficar entre 2% a 5%). Mas é cada vez mais improvável que isso ocorra.
Do Brasil 247
Com informações da Infomoney