O bom desempenho do PIB no segundo trimestre está fazendo com que o mercado financeiro reveja suas projeções para o ano. O relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (4), pelo Banco Central, projeta expansão da economia neste ano, com o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,31% para 2,56%.
Já para 2024, a previsão de crescimento da economia do mercado financeiro recuou de 1,33% para 1,32%. O levantamento do BC ouviu mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, sobre as projeções para a economia.
Com relação à inflação, o documento revela que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado como indicador oficial da inflação no país, deve fixar o ano em 4,92%, uma leve alta em relação à projeção da semana anterior, que era de 4,9%.
A meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano corrente é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, situando-se entre 1,75% e 4 ,75%. Com isso, a previsão do mercado continua acima da meta.
Para 2024, os economistas consultados pelo BC mantiveram uma projeção de inflação em 3,88%, enquanto que, para 2025, a previsão ficou inalterada em 3,5%.
Mercado financeiro projeta taxa de juros inalterada
Com relação às taxas de juros, o mercado financeiro manteve sua projeção para a Selic (taxa básica de juros), inalterada em 11,75% ao ano para o fechamento de 2023.
Para o ano seguinte, 2024, a expectativa também permanece em 9 % ao ano, e para 2025, a previsão segue em 8,5%. Essa estabilidade na Selic ocorreu após a primeira redução da taxa básica de juros em três anos, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) ajustou em 0,5 ponto percentual, fixando-a em 13,25% ao ano.
O relatório Focus apresenta também outras projeções do mercado, como a permanência da taxa de câmbio para o fim de 2023 em R$ 4,98. Para o fim de 2024, a projeção ficou estável em R$ 5.
A previsão para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) é do aumento de US$ 70,9 bilhões para US$ 72,4 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo permaneceu em US$ 60 bilhões.
Já sobre a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano, a previsão continua em US$ 80 bilhões de ingresso. Para 2024, a estimativa de ingresso ficou estável também em US$ 80 bilhões.
PIB brasileiro cresceu 0,9%
Na sexta-feira (1º), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIB cresceu 0,9% frente ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. O maior crescimento foi da Indústria (0,9%), seguida pelos Serviços (0,6%). Já a Agropecuária recuou 0,9%.
Segundo o instituto, quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB cresceu 3,4% no segundo trimestre de 2023. O Valor Adicionado a preços básicos teve alta de 3,4% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios avançaram 3,3%.
O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em junho de 2023 cresceu 3,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Essa taxa resultou da alta de 3,2% do Valor Adicionado a preços básicos e de 3,0% nos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. O resultado do Valor Adicionado neste tipo de comparação decorreu dos seguintes desempenhos: Agropecuária (11,2%), Indústria (2,2%) e Serviços (3,3%).
Dentre as atividades industriais, a Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (8,1%), as Indústrias Extrativas (3,5%) e a Construção (2,9%) se expandiram. Já as Indústrias da Transformação (0,0%) permaneceram estáveis.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
Redação ICL Economia
Com informações das agências