Mercado financeiro aposta em inflação acima do teto da meta em 2024, aponta Boletim Focus

Se confirmado, será o primeiro estouro da meta desde 2022, e obrigará o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a escrever uma carta para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as razões do estouro.
28 de outubro de 2024

A mediana do mercado financeiro projeta que a inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), vai estourar o teto da meta fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 4,5% ao ano. A projeção está no Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta manhã (28).

Para este ano, a expectativa de inflação do mercado financeiro avançou pela quarta semana seguida, passando de 4,50% para 4,55%. É a primeira vez que a mediana dos cerca de 150 analistas consultados fica acima do teto da meta em 2024.

Se confirmado, será o primeiro estouro da meta desde 2022, quando a inflação somou 5,79%. E obrigará o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a escrever uma carta para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as razões do estouro ainda que o instrumento para controlar a inflação, a taxa Selic, esteja em 10,75% ao ano, uma das maiores do mundo.

Para 2025, a estimativa de inflação subiu de 3,99% para 4% na última semana.

Tanto neste como no próximo ano, a meta de inflação determinada pelo CMN é de 3% (centro), podendo oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

Em setembro, a inflação do país acelerou para 0,44%, subindo 0,46 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior (-0,02%), puxada pela energia elétrica. O IPCA-15, prévia da inflação, divulgado na sexta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), teve alta de 0,54%, puxada pela energia elétrica.

Veja outras projeções do mercado financeiro no Boletim Focus

PIB (Produto Interno Bruto)

  • 2024: a projeção do mercado subiu de 3,05% para 3,08%.
  • 2025: a previsão de crescimento da economia brasileira permaneceu em 1,93%.

Taxa de juros (Selic)

  • 2024: a projeção do mercado para o juro básico continuou em 11,75% ao ano, o que pressupõe novas elevações até o fim do ano (atualmente está em 10,75%).
  • 2025: a mediana aponta manutenção da estimativa em 11,25% ao ano.

Dólar

  • 2024: a mediana aponta alta de R$ 5,42 para R$ 5,45.
  • 2025: a estimativa permaneceu em R$ 5,40.

Balança comercial

  • 2024: o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) permaneceu em US$ 78 bilhões.
  • 2025: a expectativa para o saldo positivo avançou de US$ 76,1 bilhões para US$ 76,8 bilhões.

Investimento estrangeiro

  • 2024: previsão do relatório para o ingresso de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou estável em US$ 72 bilhões.
  • 2025: também permaneceu em US$ 74 bilhões.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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