Mercados mundiais amanhecem em declínio diante das perspectivas nada animadoras a respeito do futuro da economia global

O FMI divulga, nesta terça-feira, relatório com as previsões para a economia mundial e as perspectivas não são nada boas
11 de outubro de 2022

Os mercados mundiais operam em baixa nesta manhã de terça-feira (11), na medida em que cresce o pessimismo em relação ao futuro da economia global. Os investidores estão na expectativa da divulgação dos dados da inflação ao consumidor dos EUA, na quinta-feira (13), e das vendas do varejo, na sexta-feira (14). As projeções não são animadores, pois dirigentes do próprio Fed (Federal Reserve) já deram sinais de que o aperto monetário deve continuar.

Na véspera, as ações fecharam em baixa. O Nasdaq caiu 1%, atingindo seu menor patamar em dois anos, após uma queda nos estoques de semicondutores. O Dow Jones caiu 0,3%, enquanto o S&P 500, cerca de 0,8%.

Também pesou na dose de pessimismo dos investidores a fala do presidente do JPMorgan, Jamie Dimon, que alertou, ontem (10), que os EUA provavelmente entrariam em recessão nos próximos “seis a nove meses”. Ele também projeta queda de mais de 20% no S&P 500, a depender dos sinais dados pelo Fed.

Já nos mercados europeus, o aumento da escalada dos ataques da Rússa contra a Ucrânia ajudou a azedar ainda mais o humor dos investidores a respeito do futuro da economia do velho continente.

Em meio a esse caldeirão fervilhante, o FMI (Fundo Monetário Internacional) divulga, nesta terça-feira, relatório com as previsões para a economia mundial e as expectativas não são nada boas. O alerta já veio ontem do próprio FMI e do Banco o Mundial, que indicaram que o perigo de recessão global é mesmo real.

A conjuntura, segundo as instituições, não é favorável. As economias vivem um ciclo de enfraquecimento, as inflações permanecem em patamares elevados persistentes, o que tem forçado os bancos centrais a atuações mais agressivas para controlar os preços.

Para selar esse cenário nada animador, a guerra da Rússia contra alvos civis e de infraestrutura na Ucrânia representam uma escalada importante.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de segunda-feira (10) em queda com investidores monitorando a cena política local após um primeiro turno eleitoral amplamente bem-vindo pelos mercados. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,37%, a 115.941 pontos.

Segundo analistas financeiros, no mercado externo, investidores aguardam os próximos passos do Fed (Federal Reserve, o banco central americano). A expectativa é de que a instituição continue com a política de elevar a taxa de juros para esfriar a economia e conter a inflação.

Nas negociações do dia, o dólar recuou 0,42% frente ao real, cotado a R$ 5,190 na compra e a R$ 5,191 na venda.

Europa

As bolsas europeias operam em declínio hoje, acompanhando o movimento da véspera, levadas pelos crescentes temores sobre as perspectivas de crescimento global enfraquecido e as projeções de mais aperto da política monetária por parte dos bancos centrais.

Vale nota a decisão do Banco da Inglaterra, que anunciou uma expansão em sua operação emergencial de compra de títulos, enquanto busca restaurar a ordem no mercado de títulos do país.

FTSE 100 (Reino Unido), -1,16%
DAX (Alemanha), -0,85%
CAC 40 (França), -0,72%
FTSE MIB (Itália), -1,54%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA também operam em baixa nesta manhã, um dia depois do Nasdaq fechar em seu menor nível em dois anos no mercado à vista, com riscos de recessão da economia global. A expectativa dos investidores é de que o Fed manterá uma política monetária mais austera para controlar a inflação.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,89%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,97%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,91%

Ásia

Por sua vez, os mercados asiáticos fecharam mistos hoje, enquanto o índice de referência de Taiwan caiu 4,35%, para 13.106,03. Pesou no humor dos investidores da região as novas regras dos EUA sobre a fabricante de chips TSMC.

Os mercados do Japão e da Coreia do Sul também retomaram as negociações após um feriado na segunda-feira. O Nikkei 225 caiu 2,64% para 26.401 pontos. Na Coreia do Sul, o Kospi recuou 1,83% a 2.192,07 pontos.

Além disso, o iene do Japão vem enfraquecendo acentuadamente, uma vez que o governo japonês precisa manter as taxas de juros extremamente baixas, na contramão do Fed, que tem elevado as taxas de juros.

Já na China, os mercados contrariaram a tendência regional. O índice Shanghai ganhou 0,19% e o Shenzhen, 0,53%.

Shanghai SE (China), +0,19%
Nikkei (Japão), -2,64%
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,23%
Kospi (Coreia do Sul), -1,83%

Petróleo

As cotações do petróleo operam em baixa, ampliando as perdas de quase 2% na véspera, com um dólar mais forte, que contribuiu para reduzir a demanda da commodity, tornando-a mais cara para compradores que usam outras moedas.

Petróleo WTI, -2,22%, a US$ 89,11 o barril
Petróleo Brent, -2,02%, a US$ 94,25 o barril

Agenda

Agenda de indicadores esvaziada nos EUA.  O foco dos investidores serão os discursos da presidente do Fed de Philadelphia, Patrick Harker, e da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester.

Por aqui, no Brasil, no campo político, sai a política eleitoral Ipespe/Abrapel. No âmbito econômico, será divulgado o IPCA de setembro, com projeção do Refinitiv de deflação de 0,34% e de alta de 7,10% na base anual.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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