O relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) mostrou que as perspectivas relativas à demanda e à produção de petróleo de março de 2023 mostraram um aumento para o ano de 2023, decorrente principalmente da aceleração chinesa no primeiro semestre e uma esperada aceleração econômica mundial a partir do segundo semestre do ano. Diante disso, finalmente a demanda deve voltar aos patamares anteriores ao começo da pandemia.
Foi prevista uma demanda total de petróleo de 101,9 milhões de barris por dia no mundo, chegando a ocorrer uma demanda de 103,4 milhões de barris no último trimestre do ano. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve fechar 2023 com uma demanda total de 46,23 milhões de barris de petróleo por dia, enquanto a China deve ter uma demanda total de 15,56 milhões de barris de petróleo. Essa situação levou a uma queda do preço do barril de petróleo nestes últimos dias.
Mesmo assim, não ocorreram mudanças muito expressivas na produção dos países membros da OPEP, que deve permanecer com sua política de aumento gradual de oferta da commodity neste momento. Mesmo com o aumento, houve uma estabilidade da produção nos últimos meses, que apresentou em dezembro uma produção de 28,92 milhões de barris de petróleo por dia, caindo para um montante de 28,9 milhões em janeiro e voltando agora em fevereiro para 28,9 milhões de barris de petróleo. Há uma tendência de estabilidade da produção do barril, ou seja, não é na OPEP que o aumento da produção é previsto, mas sim dos demais países do mundo.
O aumento da produção vem de outros lugares do mundo, segundo mostra a estimativa da OPEP, saindo de uma produção total de 63,9 milhões de barris de petróleo por dia no ano de 2022 com previsão de chegar a 65,78 milhões de barris de petróleo por dia no final de 2023, um aumento de quase 2 milhões de barris de petróleo por dia. O aumento deve ocorrer, de acordo com a OPEP, a partir do segundo semestre, ou seja, a entidade acredita numa aceleração da economia global a partir deste momento, após uma estagnação que vem sendo esperado para este primeiro semestre do ano.
Este cenário tem influenciado o preço internacional do barril de petróleo tipo Brent nos mercados globais. Na semana passada, o barril de petróleo chegou a ser cotado em US$ 84 por barril, mas agora a cotação alcança uma queda brusca nesta semana em US$ 75,5, um recuo de quase US$ 10 em apenas alguns dias. A queda pode ser fator importante para o controle inflacionário brasileiro, já que o valor deve ser repassado pela Petrobras aos combustíveis enquanto não temos a mudança na forma de precificação.
A OPEP projetou um aumento da produção de petróleo, ao mesmo tempo que também espera um aumento da demanda pela commodity no segundo semestre. Isso já possui reflexo nos mercados internacionais, fazendo com que o preço do barril de petróleo apresente queda considerável nos últimos dias. Isso é um bom sinal para a economia brasileira, que pode ver o preço dos combustíveis amenizar a inflação nos próximos meses, mesmo com a volta da desoneração dos combustíveis.
As duas principais referências no mercado internacional do petróleo são o Petróleo Brent, ou Brent Crude, e o West Texas Intermediate, o WTI. O Petróleo Brent é a commodity de referência utilizada para os mercados de petróleo na Europa, África e Oriente Médio, e teve sua origem no Mar do Norte, em região próxima à Noruega. Por ser encontrado em regiões perto do mar e do litoral, os custos de transporte do Petróleo Brent são menores do que no caso do WTI, por exemplo. Atualmente, cerca de 75% dos preços do petróleo seguem a referência da precificação do Brent. Este tipo de petróleo é considerado leve, o que torna a commodity ideal para o refino em produtos como o óleo diesel, a gasolina, etc.
Do Boletim Economia para Todos Investidor Mestre