Opep decide aumentar produção de petróleo para conter alta dos preços

Produção de petróleo de julho será ajustada para mais de 648 mil barris por dia, em comparação com os 432 mil barris fixados nos meses anteriores.
2 de junho de 2022

Após reunião virtual da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), principais países exportadores de petróleo, liderados pela Arábia Saudita e Rússia, decidiram, nesta quinta-feira (2), aumentar a produção de petróleo bruto mais do que o previsto para conter a escalada de preços registrada desde o início da Guerra da Ucrânia.

A produção de petróleo da Rússia caiu cerca de um milhão de barris por dia por conta de sanções ocidentais. Os representantes dos treze membros da Opep e seus dez parceiros (Opep+) concordaram que a produção de petróleo de julho será ajustada para mais de 648 mil barris por dia, em comparação com os 432 mil barris fixados nos meses anteriores.

Na divulgação feita pela Opep, foi mencionado o fim de lockdown “nos principais centros econômicos globais”, em possível referência ao relaxamento de medidas de distanciamento na China, destacando “a importância de mercados estáveis e equilibrados tanto para o petróleo bruto quanto para os produtos refinados”.

A decisão ocorre após lideranças da União Europeia anunciarem terem chegado a um consenso para banir a compra de petróleo russo por navios na sexta rodada de sanções contra Moscou. O anúncio ocorreu após semanas de negociação e de ceticismo de países dependentes do combustível russo.

Os preços do petróleo caíam nesta quinta-feira (2). O Brent perdia US$ 2,82 (R$ 13,4) , ou 2,4%, para US$ 113,47 (R$ 541,92) o barril às 7h35 (horário de Brasília), enquanto o WTI (West Texas Intermediate) dos EUA recuava US$ 2,81, ou 2,4%, para US$ 112,45 (R$ 537) por barril.

EUA defendem maior produção de petróleo diante da disparada dos preços

Os Estados Unidos defendem há tempos um fôlego maior na produção de petróleo diante da disparada nos preços do combustível e de sua inflação recorde. Em agosto de 2021, o Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, criticou a Opep pelo ritmo de sua retomada da produção e disse ela poderia prejudicar o ritmo da recuperação econômica global. 

A mais nova decisão, desta vez, foi alvo de elogios. A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, destacou a atuação do governo diante das “pressões sobre os preços da energia”.

“Reconhecemos o papel da Arábia Saudita como presidente da Opep+ e seu maior produtor na obtenção desse consenso entre os membros do grupo. Também reconhecemos os esforços e contribuições positivas dos Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque”, disse Jean-Pierre.

Diplomatas dos Estados Unidos visitaram a Arábia saudita na última semana, e a Casa Branca estuda uma visita do presidente Joe Biden ao país em junho.

Uma fonte afirma que Washington quer clareza sobre os planos de produção de petróleo da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos antes de uma possível ida do presidente Joe Biden para uma cúpula com líderes do Golfo Árabe, em Riad.

Diplomatas dos EUA trabalham há semanas na organização da primeira visita de Biden a Riad após dois anos de relações tensas por causa de divergências sobre direitos humanos, a guerra no Iêmen e o fornecimento de armas dos EUA.

Segundo as agências de notícias, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, também esteve na Arábia Saudita recentemente e destacou a importância da Opep para Moscou.

“Os princípios de cooperação nesta base [da Opep] continuam importantes e relevantes”, observou Lavrov após encontrar o chanceler saudita, Faisal bin Farhan Al Saud, em Riade.

Por sua vez, a Opep decidiu em sua última reunião estender o período em que seus membros podem produzir abaixo das cotas determinadas pelo cartel até dezembro deste ano. Diante das sanções desencadeadas após a invasão da Ucrânia, os russos podem ter dificuldade em manter seu fluxo de produção de petróleo.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do Brasil de Fato

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