Os índices futuros de Nova York começaram esta quarta-feira (18) operando no negativo, com os investidores de olho na escalada do conflito entre Israel e o Hamas, após ataque a um hospital na faixa de Gaza, que deixou mais de 600 mortos. O presidente dos EUA, Joe Biden, chegou a Israel hoje, onde já se encontrou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
A autoridade palestina, apoiada por lideranças árabes, atribui o ataque a Israel, enquanto o governo de Netanyahu culpa um lançamento fracassado de um foguete por um grupo militante palestino.
Biden precisou alterar o planejamento inicial de seguir para a Jordânia, onde se encontraria com líderes árabes e a autoridade palestina. A intenção era buscar algum tipo de consenso para a crise humanitária que se apresenta na região, mas os países de lá culpam Israel pelo ataque ao hospital em Gaza e cancelaram encontro.
“Este tipo de evento obscuro, mas horrível, torna a diplomacia mais difícil e aumenta os riscos de escalada”, disse Richard Gowan, diretor da ONU (Organização das Nações Unidas) no Grupo Internacional de Crises à Reuters.
O impacto do conflito já vem sendo sentido no mercado de petróleo e, também, no de ouro. O WTI sobe a mais de US$ 88 por barril e o ouro atinge nova máxima em quatro semanas, a US$ 1.950, com os investidores buscando resguardo.
Ainda na seara macroeconômica, após muitos dias de avanços nos rendimentos, os Treasurys amanhecem sem movimentação expressiva. Os rendimentos dos títulos de 2 e 5 anos caem, no início desta manhã, enquanto o Treasury yield de 10 anos permanece na neutralidade.
Do lado corporativo, a semana segue marcada pela divulgação de resultados. Para hoje, serão divulgados os balanços de Tesla, Netflix e Morgan Stanley. Por enquanto, a maioria dos balanços apresentados tem superado as projeções de analistas e segurando o otimismo do mercado.
Porém, os dados apresentados de vendas no varejo e da indústria vieram acima das expectativas e reforçaram o sentimento de que o Fed (Federal Reserve) ainda terá que intervir na política monetária para segurar a inflação.
Brasil
Enquanto as bolsas mundiais fecharam o dia mistas, o Ibovespa encerrou o pregão de terça-feira (17) em queda de 0,54%, aos 115.908 pontos.
Nos mercados mundiais, os investidores reagiram aos dados locais das principais economias da Europa e a indicadores econômicos nos Estados Unidos. Neste último caso, os números recentes de vendas do varejo superaram as expectativas do mercado, o que indica certa resiliência na economia norte-americana.
Com isso, cresceu o temor de um novo aperto monetário por parte do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), com manutenção dos juros em patamares elevados por mais tempo.
Nas negociações do dia, o dólar teve leve baixa de 0,04%, cotado a R$ 5,0353 no mercado à vista.
Europa
As bolsas da Europa começaram em queda, mas reverteram para alta logo depois da divulgação da inflação do Reino Unido e da zona do euro.
A inflação anual do Reino Unido ficou em 6,7% em setembro, mesmo nível verificado em agosto. O resultado veio um pouco acima da previsão de analistas consultados pela FactSet, que esperavam alta de 6,5%.
Na comparação mensal, o CPI do Reino Unido avançou 0,5% em setembro, levemente inferior à projeção do levantamento da FactSet, que indicava elevação de 0,4%.
Por sua vez, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro desacelerou para 4,3% em setembro, ante 5,2% em agosto, segundo revisão divulgada, nesta quarta-feira, pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat.
Por lá, a temporada de resultados também ganha força, com apresentação de dados de Volvo, ASML e Deutsche Boerse e ABB nesta quarta-feira. O conflito no Oriente Médio também segue no radar dos investidores da região.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,05%
DAX (Alemanha), +0,11%
CAC 40 (França), +0,13%
FTSE MIB (Itália), +0,43%
STOXX 600, +0,02%
Estados Unidos
Os índices futuros de NY operavam em leve queda no início do dia e aprofundam perdas ao longo do manhã, conforme investidores acompanham desdobramentos da guerra entre Israel e o Hamas, a visita de Joe Biden à região e a divulgação de balanços corporativos previstos para hoje.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,05%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,16%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,24%
Ásia-Pacífico
As bolsas asiáticas encerraram o dia mistas em reação à divulgação de dados econômicos da China divulgados hoje. O PIB (Produto Interno Bruto) chinês cresceu 4,9% no terceiro trimestre. De acordo com o consenso Refinitiv, havia expectativa de um crescimento do PIB no terceiro trimestre de 4,5%.
O PIB do país indicou alta do consumo como um todo no período, mostrando coerência com o objetivo de crescimento do país, de 5% no ano.
No entanto, investidores seguem temerosos em relação ao mercado imobiliário do país.
Shanghai SE (China), -0,80%
Nikkei (Japão), +0,01%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0.23%
Kospi (Coreia do Sul), +0,10%
ASX 200 (Austrália), +0,30%
Petróleo
Os preços do petróleo iniciaram o dia com altas, considerando o aumento das tensões no Oriente Médio. Na sessão de ontem, a commodity apresentou volatilidade.
Petróleo WTI, +2,58%, a US$ 88,90 o barril
Petróleo Brent, +2,4%, a US$ 92,05 o barril
Agenda
Para hoje nos Estados Unidos, são aguardados os indicadores do início das construções. A projeção do consenso Refinitiv é de 1,38 milhão.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o governo avalia permitir o parcelamento, em 2023 e 2024, do Imposto de Renda (IR) sobre o estoque de rendimentos dos fundos exclusivos, disse ontem (17) o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ). Relator do projeto que antecipa a cobrança de IR sobre esses fundos e institui a tributação de offshores (investimentos em empresas no exterior), o parlamentar reuniu-se com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ontem à tarde. Inicialmente previsto para ser votado até esta quarta-feira (18), o projeto teve a votação adiada. Na agenda doméstica de indicadores, para hoje são aguardados os dados do varejo. No consenso Refinitiv, a projeção é de queda de 0,70%.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg