Estudo da Oxfam mostra que fortuna dos super-ricos cresceu US$ 42 trilhões em uma década

De acordo com a organização internacional, globalmente, os bilionários têm pagado uma taxa de imposto equivalente a menos de 0,5% de sua riqueza.
25 de julho de 2024

Um estudo da Oxfam divulgado nesta quinta-feira (25) mostra que o 1% mais rico da população do planeta aumentou a sua fortuna em US$ 42 trilhões (cerca de R$ 226 trilhões) em dez anos, com a sua taxa de impostos estando mais baixa do que nunca.

A divulgação do estudo ocorreu antes de uma reunião do G20 (fórum internacional das 19 maiores economias do mundo, mais União Europeia e União Africana) que discutiu a taxação global das grandes fortunas proposta pelo Brasil, que ocupa a presidência transitória do organismo.

As informações foram publicadas pela organização não governamental em um comunicado antes da inauguração do encontro, no Rio de Janeiro, dos ministros das finanças das maiores economias avançadas e emergentes.

Segundo a Oxfam, a riqueza média por pessoa no topo do 1% aumentou em quase US$ 400 mil em termos reais na última década, em comparação com apenas US$ 335 dólares – um aumento equivalente a menos de nove centavos por dia – para uma pessoa na metade inferior.

A agenda da reunião de dois dias inclui a proposta de um imposto global para os super-ricos, defendida por Brasil, Colômbia, Espanha, França, África do Sul e União Africana, mas rejeitada pelos Estados Unidos.

Durante sua participação ontem (24) no encontro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “os super-ricos pagam proporcionalmente muito menos em impostos do que a classe trabalhadora”.

Na avaliação de Max Lawson, chefe de Política de Desigualdade da Oxfam Internacional, a desigualdade alcançou “níveis obscenos e, até agora, os governos falharam em proteger as pessoas e o planeta de seus efeitos catastróficos”.

Segundo a Oxfam, bilionários têm pagado taxa de imposto equivalente a menos de 0,5% de sua riqueza

De acordo com a Oxfam, globalmente, os bilionários têm pagado uma taxa de imposto equivalente a menos de 0,5% de sua riqueza.

As fortunas do 1% mais rico aumentaram a uma média anual de 7,1% nas últimas quatro décadas, e um imposto anual sobre a riqueza de pelo menos 8% seria necessário para reduzir a riqueza extrema dos bilionários. Os países do G20 abrigam quase quatro em cada cinco bilionários do mundo.

Segundo a ONG, “a parcela do rendimento do 1% mais rico nos países do G20 aumentou 45% nas últimas quatro décadas, enquanto as taxas de imposto mais elevadas sobre o seu rendimento foram reduzidas em aproximadamente um terço”.

Ontem, em discurso no pré-lançamento da Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza, no G20, no Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu sua proposta de taxação global de bilionários.

A ideia, que é o tema principal da presidência brasileira no G20 neste ano, consiste na criação de um sistema tributário internacional desenhado pelos economistas Gabriel Zucman e a prêmio Nobel de Economia Esther Duflo.

“Outra forma de mobilizar recursos para o combate à fome e à pobreza é fazer com que os super-ricos paguem sua justa contribuição em impostos. Ao redor do mundo, os super-ricos usam uma série de artifícios para evadir os sistemas tributários. Isso faz com que, no topo da pirâmide, os sistemas sejam regressivos, e não progressivos”, disse Haddad.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias 

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