Para 2025, a mediana do mercado manteve a projeção de inflação, do câmbio, mas também elevou a da Selic e do PIB.
No comunicado divulgado com a decisão, o colegiado disse que “monitora com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros”.
Se mantida a taxa, o Brasil se consolida como o segundo colocado num ranking de países com o maior juro real do mundo, só perdendo para a Rússia.
Embora a expectativa seja de aumento no nível dos investimentos em relação a 2023, um cenário mais incerto com a decisão do Copom e o real mais desvalorizado fazem com que o empresariado fique mais cauteloso, segundo economista do FGV Ibre.
Os membros do colegiado afirmaram que "o cenário prospectivo de inflação se tornou mais desafiador", e por isso reafirmaram, unanimente, que devem perseguir a reancoragem das expectativas para o IPCA de 2024 e 2025.
Comunicado cita "ambiente externo adverso, em função da incerteza elevada e persistente sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos" e cita cenário de inflação no Brasil.
Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) entrou com representação para “identificar eventuais desvios de finalidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na definição da taxa Selic”. Eduardo Moreira também apontou manipulação do relatório do BC e influência de Campos Neto sobre o mercado.
Economista e fundador do ICL liga todos os pontos da possível trama: dados do Boletim Focus, jantar na casa do apresentador Luciano Huck com Campos Neto e Tarcísio de Freitas e evento com 400 empresários em que o presidente do BC foi a estrela.
Para a inflação deste ano, os analistas elevaram a expectativa de 3,76% para 3,80%. Para 2025, a estimativa de inflação avançou de 3,66% para 3,74%.
Quatro diretores que votaram pelo corte de 0,50 p.p. na Selic ressaltaram que geraria um "custo de oportunidade" não seguir o guidance da reunião anterior, que indicava corte de nessa proporção na taxa básica de juros.