Comunicado cita "ambiente externo adverso, em função da incerteza elevada e persistente sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos" e cita cenário de inflação no Brasil.
Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) entrou com representação para “identificar eventuais desvios de finalidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na definição da taxa Selic”. Eduardo Moreira também apontou manipulação do relatório do BC e influência de Campos Neto sobre o mercado.
Economista e fundador do ICL liga todos os pontos da possível trama: dados do Boletim Focus, jantar na casa do apresentador Luciano Huck com Campos Neto e Tarcísio de Freitas e evento com 400 empresários em que o presidente do BC foi a estrela.
Para a inflação deste ano, os analistas elevaram a expectativa de 3,76% para 3,80%. Para 2025, a estimativa de inflação avançou de 3,66% para 3,74%.
Quatro diretores que votaram pelo corte de 0,50 p.p. na Selic ressaltaram que geraria um "custo de oportunidade" não seguir o guidance da reunião anterior, que indicava corte de nessa proporção na taxa básica de juros.
Projeção para a inflação subiu de 3,72% para 3,76% ao fim de 2024, e de 3,64% para 3,666% para 2025. Já a projeção para a Selic avançou de 9,63% para 9,75% no fim de 2024, e permaneceu em 9% em 2025.
Decisão foi pautada por um racha evidente no colegiado: de um lado, diretores indicados pela gestão Lula, que votaram em um corte de 0,50 p.p.; de outro, os indicados durante o mandato de Bolsonaro, incluindo o presidente do BC, que votaram pelo corte de 0,25 p.p. na Selic.
O comunicado divulgado com a decisão de hoje traz um diferencial em relação aos anteriores: não traz o chamado forward guidance, ou seja, não dá pistas sobre o que vai acontecer nas próximas reuniões, deixando o futuro em aberto.
Analistas reduziram as apostas para o corte da Selic na reunião do Copom do BC que começa amanhã (7). A decisão será anunciada na quarta-feira (8) e, agora, o mercado aposta em queda de 0,25 ponto percentual e não mais de 0,50 p.p.
O argumento da autoridade monetária são as incertezas sobre o comportamento da inflação. A partir de junho, a expectativa do mercado é que o ritmo de cortes e o tamanho dos cortes devem ser menores.