Em entrevista coletiva, na terça-feira (4), o presidente do PDT, Carlos Lupi, anunciou apoio unânime ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o segundo turno das eleições presidenciais. Disse também que “Ciro endossa integralmente a decisão do partido”.
Quase meia hora depois, segundo reportagem publicada pela Rede Atual Brasil, o ex-candidato Ciro Gomes divulgou vídeo nas redes sociais em que declara: “Acompanho a decisão do meu partido, o PDT. Frente às circunstâncias, é a última saída”, disse. O ex-candidato Ciro criticou a “campanha violenta” contra si, mas afirmou esperar que sua decisão de apoiar Lula contra Bolsonaro “ajude a oxigenar temporariamente a nossa democracia”.
A definição do PDT era considerada muito importante pela campanha de Lula, pelos 3,6 milhões de votos recebidos por Ciro, mas, principalmente, pelo simbolismo político. Na coletiva, Lupi afirmou que “teve uma ventania, um vendaval de direita no país que temos que parar pra refletir sobre isso”. Segundo ele, não se pode “culpar o povo” por suas escolhas.
“Onde nós erramos, onde falhamos na comunicação? Onde eu, como presidente do partido, falhei e errei? Devo ter falhado muito”, questionou. “Se a gente não conseguiu fazer a população a votar na gente, o erro é nosso.”
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Lupi disse que a decisão foi a de “apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula, que eu chamo de 12 + 1”, em referência ao número do PDT que, somado a 1, dá o 13 do PT. Ele mencionou as sugestões do PDT que o PT aceitou para fechar o acordo: zerar dívidas do SPC das pessoas, o plano de renda mínima e um projeto de educação em tempo integral.
Durante entrevista ao ICL Notícias, em maio passado, o ex-candidato afirmou que a “renda dos brasileiros está colapsada pelo desemprego, pela informalidade e pelo pior salário mínimo da história do Brasil”.
O presidente do partido acrescentou que a legenda aprovou na reunião também uma proposta que não foi mencionada ao PT, mas “será colocado”. Trata-se de um “Código Nacional do Trabalho”, sobre defesa do direitos e revogação de tudo o que tenha prejudicado os trabalhadores.
Do outro lado da disputa, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), definiu que vai apoiar o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) no segundo turno para as eleições ao Palácio dos Bandeirantes contra o ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad (PT).
Segundo a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo, Haddad chegou a conversar com alguns interlocutores buscando o apoio de Rodrigo Garcia na campanha. Porém, teve como resposta que o ainda governador teria mágoa de Haddad pelo fato de seu irmão, Marco Aurélio Garcia, ter sido condenado por lavagem de dinheiro no escândalo da chamada máfia dos fiscais. O esquema foi investigado pela gestão de Haddad quando ele era prefeito da cidade de São Paulo. Desde então, a família de Rodrigo Garcia teria aversão ao ex-prefeito.
Sendo assim, o tucano também está em conversas com Jair Bolsonaro e negocia formas para dar seu nome também na corrida presidencial contra os candidatos do PT.
Quase simultaneamente ao PDT, o Cidadania também declarou apoio “sem condicionantes” a Lula. O partido, que estava na coligação de Simone Tebet (MDB), anunciou o apoio ao petista, após reunião da executiva, em Brasília. De acordo com o presidente do Cidadania, Roberto Freire, a intenção é derrotar Bolsonaro, que representa um “projeto perigoso” para o Brasil. Ontem, Freire já havia anunciado apoio pessoal a Lula. Hoje, a decisão do partido foi quase “unânime”.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias