Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA atingem nova máxima em 8 meses, alcançando 251 mil

Número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou pela terceira semana consecutiva
21 de julho de 2022

Dando continuidade a uma tendência que vem sendo registrada nas últimas semanas, o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou pela terceira semana consecutiva, atingindo o maior nível em oito meses. Os pedidos sinalizam algum arrefecimento no mercado de trabalho em meio a uma política monetária e condições financeiras mais rígidas. Mas, no geral, o mercado se mantém estável e com demanda forte por mão de obra em alguns setores.

Os pedidos iniciais de auxílio desemprego subiram em 7.000, resultando em 251.000 na semana encerrada em 16 de julho, contra 244.000 na semana encerrada em 9 de julho, segundo o Departamento do Trabalho dos EUA.

Com o crescimento do emprego ao longo do ano passado, os pedidos caíram para uma mínima quase recorde em março e estavam em torno de 230.000 desde junho, antes do aumento da semana passada para o nível mais alto desde novembro. Os economistas haviam projetado 240.000 pedidos para a última semana.

Há relatos de demissões nos setores de habitação e indústria, que são sensíveis às taxas de juros, cuja expectativa é de alta devido à aceleração inflacionária

Mesmo com aumento de pedidos de auxílio-desemprego, há duas vagas disponíveis para cada desempregado

Por outro lado, ainda que haja alguma perda de impulso, a demanda por mão de obra se mantém até relativamente forte nos EUA. Havia 11,3 milhões de vagas de emprego no final de maio, com quase duas vagas abertas para cada desempregado. 

Apesar de o último dado ter apontado crescimento de 251.000 pedidos, por enquanto, o número permanece abaixo do nível considerado pela maioria dos economistas como um sinal ameaçador para o mercado de trabalho e para a economia em geral. Especialistas dizem que os pedidos semanais de auxílio-desemprego precisam aumentar acima de 250 mil em uma base sustentada para levantar preocupações sobre a saúde do mercado de trabalho.

Ainda que a inflação recorde em junho, com alta anual acumulada de 9,1%, e retração econômica, os EUA têm taxa de desemprego de apenas de 3,6%, cenário bem diferente do que ocorreu na sequência da grande crise financeira de 2008, quando o desemprego no país estava em 8%. Essa disponibilidade de empregos pode ajudar a recuperação da economia americana se a recessão se confirmar.

Outro fator do momento atual que se diferencia de 2008 é que as medidas efetivas para melhorar a saúde financeira das famílias são melhor executadas hoje pelas maiores economias do mundo, cenário muito diferente do apontado naquele ano.

Além disso, o setor imobiliário dos EUA, que esteve no centro do colapso financeiro de 2008, quando os preços dos imóveis despencaram, hoje apresenta alguma fraqueza, mas com estabilidade nos preços.

Na grande recessão iniciada naquele ano, o consumo nos EUA e nos demais países afetados caiu porque o mundo sofria uma escassez de capitais, com famílias e governos falidos. Hoje, o estresse é predominantemente sobre a falta de algumas mercadorias pela escassez de insumos e problemas logísticos, de um lado, e desbalanço entre excesso de oferta e falta de demanda, de outro, o que tem gerado estoques altos de produtos pelo mundo.  Além disso, há riscos no campo da energia devido à guerra na Ucrânia.

A despeito desses problemas, a produção industrial nos EUA ainda continua batendo recordes, em contraponto ao início de 2008, quando teve queda brusca na demanda.

No campo do trabalho, os aumentos salariais dos trabalhadores com renda mais baixa nos EUA superam em muito os de renda mais alta, de acordo com dados do Fed (Federal Reserve).

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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