https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-04/viagem-reforca-papel-de-brasil-e-china-no-cenario-internacionalApós decretar o fim da política de Covid Zero, o governo chinês começa a obter resultados de que a economia do gigante asiático está retomando o fôlego. Ontem (17), foi divulgado que o PIB da China cresceu 4,5% no primeiro trimestre de 2023, número acima das expectativas de analistas de que o crescimento seria de 4%. O resultado é maior que os 2,9% do trimestre anterior. Apesar disso, o instituto oficial de estatísticas chinês apontou demanda doméstica insuficiente.
O resultado acima das expectativas é atribuído ao aumento dos gastos do consumidor e de investimentos governamentais em infraestrutura. Por outro lado, especialistas apontam que há sinais conflitantes: o crescimento do crédito e das exportações disparou em março, mas a inflação permaneceu fraca.
Em março, indicadores de atividade mostraram recuperação mista. As vendas no varejo aumentaram 10,6%, em relação ao ano anterior, também acima das expectativas de aumento de 7,5%.
Porém, a produção industrial cresceu 3,9%, quando a projeção era de 4,4%. De mesmo modo, o investimento em ativos fixos também ficou abaixo: aumentou 5,1% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, quando a projeção era de 5,7%; assim como os investimentos imobiliários, que caíram 5,8% no período.
A taxa de desemprego urbano apresentou leve recuperação. Caiu para 5,3% no mês passado, contra 5,6% em fevereiro.
Governo estipula meta cautelosa para o PIB da China este ano. Projeção de crescimento é de 5%
No mês passado, o governo chinês estabeleceu uma meta cautelosa de crescimento do PIB, de cerca de 5% para este ano, muito em função do fato de que o mercado imobiliário está se estabilizando e de não ter conseguido cumprir estipulada para o ano passado.
Ontem, o Banco do Povo da China (PBoC, o banco central do país) optou por manter algumas de suas taxas de juros inalteradas, sugerindo que as principais taxas de referência provavelmente permanecerão congeladas nos próximos dias.
O PBoC não alterou a taxa de linha de crédito de médio prazo, que se mantém em 2,75% ao ano, ao injetar 170 bilhões de iuanes (equivalente a US$ 24,74 bilhões) em liquidez no mercado financeiro. Além disso, a taxa de recompra reversa de sete dias também permaneceu inalterada em 2%, com uma injeção de 20 bilhões de iuanes.
A meta estipulada para o crescimento chinês é menor que a projetada por analistas, que esperam que a economia do gigante asiático acelere para 5,4%, ante 3,0% no ano passado.
Apesar do resultado, analistas seguem cautelosos sobre a solidez da recuperação. “As atuais preocupações do mercado com a deflação refletem amplamente as preocupações sobre a força e a sustentabilidade da recuperação econômica”, disse Wen Bin, economista-chefe do China Minsheng Bank, em nota. “Após a otimização da prevenção e controle da epidemia, o lado da produção basicamente voltou ao nível pré-epidêmico, mas o momento do lado da demanda ainda é fraco”, complementou.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, O Globo e G1