Preço da cesta básica cai em 13 das 17 capitais pesquisadas

Com base na cesta mais cara do país, Dieese estima que salário mínimo deveria ser de R$ 6.528,93 para cobrir despesas de uma família
9 de agosto de 2023

A pesquisa mensal do Dieese sobre o preço da cesta básica foi divulgada no final da última semana. Tivemos novamente uma queda do preço da cesta básica em boa parte das capitais pesquisadas, 13 das 17 no total. Agora a cesta básica com preço mais elevado é a de Porto Alegre, custando R$ 777,16, seguida por São Paulo com custo de R$ 769,95, de Florianópolis com custo de R$ 746,66 e do Rio de Janeiro com custo de R$ 738,12.

A cesta básica mais barata continua sendo a de Aracajú, com custo de R$ 547,22, segundo relatório do Dieese. Em relação as quedas mensais, Recife foi a capital que apresentou a maior baixa, de 4,58% no mês, seguido por Campo Grande com baixa de 4,37%, João Pessoa de 3,9% e Aracajú de 3,51%. Porto Alegre apresentou a maior alta mensal das cestas básicas no mês de julho, de 0,47%.

No acumulado no ano, a cesta básica que teve seu preço mais elevado foi a de Aracajú, com alta de 5,02%, seguido por Natal com alta de 5,01%, Recife de 4,89% e de Salvador de 4,44%. Também tivemos quedas consideráveis de preço, com a cesta básica com maior queda no ano sendo a de Vitória, em 7,44%, a de Goiânia em 6,66%, a de Belo Horizonte em 6,25% e a de Campo Grande em 6,17%. No acumulado em 12 meses, a cesta básica com maior queda é a de Recife, em 3,88%, seguida por Vitória em 3,74% e Brasília em 2,32%. As maiores altas registradas nos últimos 12 meses são de Natal, em 4,44%, de Porto Alegre em 3,23% e de Fortaleza em 3,12%.

Com base na cesta básica de São Paulo podemos ver como se deu a variação do preço dos alimentos. Ocorreu uma queda em quase todos os itens, com exceção da manteiga, que não apresentou variação de preço e da banana, que teve seu preço elevado em 2,81%. Nos demais, tivemos queda, como no feijão em 9,81%, da batata em 5,95%, do óleo de soja em 5,33%, do tomate em 3,21%, da farinha de trigo em 3,19%, do café em 2,62%, do arroz em 2%, do leite em 1,87%, da carne em 1,32%, do açúcar em 0,47% e do pão francês em 0,06%.

A queda do preço da cesta básica fez com que ocorresse uma nova queda do salário mínimo necessário medido pelo Dieese, aquele que garante ao trabalhador saúde, educação, lazer, educação, moradia, etc. O valor estimado para o mês de julho é de R$ 6.528,93, valor 4,95 vezes maior do que o atual salário mínimo, que se encontra em R$ 1.320. Como comparação,  o salário em maio estava em R$ 6.578,41, valor 4,98 vezes maior do que o salário mínimo vigente.

Temos uma consistência na queda do preço dos alimentos neste primeiro trimestre que ,caso se mantenham as boas condições climáticas, deve persistir pelos próximos meses. Essa é uma ótima notícia para a classe trabalhadora, pois significa aumento do poder de compra com o mesmo salário atualmente recebido. A inflação de alimentos vem aliviando as pressões inflacionárias sobre o IPCA e é fator altamente explicativo para a queda inflacionária observada nos últimos meses.

Do Boletim Economia para Todos, produzido pelos economistas do ICL Deborah Magagna e André Campedelli

 

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