Pesquisa divulgada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) nesta semana mostra que o preço da cesta básica caiu em 13 das 17 capitais pesquisadas em fevereiro. A cesta básica de São Paulo continuou liderando os preços como a mais cara, custando R$ 779,38, seguida por Florianópolis, com custo de R$ 746,95, Rio de Janeiro, de R$ 745,95, e Porto Alegre, de R$ 741,30. As maiores quedas mensais foram registradas em Belo Horizonte (-3,97%), seguida por Rio de Janeiro (-3,15%), Campo Grande (-3,12%) e Vitória e Curitiba (ambas -2,34%).
Os dados foram compilados pelos economistas do ICL Deborah Magagna e André Campedelli no Economia para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado. Segundo os economistas, a queda do preço da cesta básica em boa parte do país é uma ótima notícia, mostrando que a inflação dos alimentos pode deixar de ser fator de grande pressão inflacionária nos próximos meses, ajudando a amenizar o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) geral.
Foram registradas grandes quedas no preço da cesta básica, com deflação deste item no acumulado do ano em grande parte das capitais brasileiras. Os destaques positivos ficaram com a deflação da cesta básica de Campo Grande, (-3,26%), de Porto Alegre (-3,18%), de Florianópolis (-2,89%), de Curitiba (-2,83%) e de Vitória de (-2,69%).
No acumulado em 12 meses, o valor se reduziu consideravelmente em boa parte das capitais, mas ainda temos alguns valores bastante elevados, com o destaque para Belém, que registrou variação positiva de 15,33%; Natal, 12,37%; Recife, 10,51%; e Fortaleza, 10,12%.
“Com base na cesta básica de São Paulo, quedas em boa parte dos itens pesquisados dentro da cesta básica puderam ser observadas”, pontuaram os economistas.
O tomate apresentou queda de 6,86%; a batata, de 6,3%; óleo de soja, de 2,59%; arroz, de 1,86%; carne bovina, 1,48%; café, de 0,71%; e banana, de 0,61%.
Algumas altas também ocorreram, com destaque para o leite (+1,72%), o feijão (+1,29%), o açúcar (+1,23%), o pão francês (+0,85%), a farinha de trigo (+0,4%) e a manteiga (+0,08%).
A queda da maior parte dos preços e em níveis tão elevados explicou o comportamento do preço da cesta básica no mês de fevereiro.
“Diante da redução do preço da cesta básica, o salário mínimo necessário calculado pelo Dieese, aquele que garante ao trabalhador saúde, educação, lazer, educação, moradia e outros elementos essenciais para sua sobrevivência, permitiu que o valor do piso tivesse queda”, observaram Deborah e André.
Agora, o Dieese estima que o mínimo necessário à sobrevivência é de R$ 6.547,58, valor 5,03 vezes maior do que o do salário mínimo atual (R$ 1.302). Em janeiro, esse valor estava em R$ 6.641,58.
A inflação de alimentos, que amenizou nos últimos meses, fez com que o acumulado no ano do preço da cesta básica fosse negativo em boa parte das capitais pesquisadas neste mês de fevereiro. “Isso é uma boa notícia para o trabalhador, que pode ver seu poder de compra aumentado, uma vez que, tanto o salário mínimo, reajustado em termos reais, quanto os preços dos alimentos, grupo de bens que impacta fortemente a renda, foram reduzidos, contribuindo para o cenário”, concluíram os economistas.
Redação ICL Economia
Com informações do Economia para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado