Os incêndios dos últimos dias em áreas da agricultura no estado de São Paulo já causaram prejuízos da ordem de R$ 800 milhões a cerca de 100 mil hectares de canaviais. A estimativa é da Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil).
O balanço anterior da entidade apontava perdas em 80 mil hectares e prejuízo de R$ 500 milhões.
Uma análise feita pelo Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), divulgada no fim de agosto, mostrava que mais de 80% dos incêndios que assolaram o estado de São Paulo aconteceram em áreas de uso agropecuário.
Os novos dados contabilizam os incêndios registrados entre o dia 24 de agosto e a última quarta-feira (4). As ocorrências foram registradas em 2,3% da área total de cana-de-açúcar do estado de São Paulo, que é maior produtor da planta no Brasil, com cultivos em 4,3 milhões de hectares.
Além de ter queimado a cana que estava de pé – e que, portanto, corresponde à atual safra –, o fogo também destruiu rebrotas, o que pode impactar a próxima colheita.
Antes dos incêndios, a cana-de-açúcar já vinha sofrendo com a estiagem. Quando a safra de cana-de-açúcar começou, em abril, o setor estimava que o estado de SP colheria 420 milhões de toneladas, projeção que foi sendo frustrada pouco a pouco por causa da seca.
Além dos incêndios, estiagem e falta de chuvas devem impactar safra da cana-de-açúcar
Ao site g1, o diretor-executivo da Orplana, José Guilherme Nogueira.Devido, disse que a cana só vai conseguir rebrotar quando tiver água no solo.
“Esse cenário de clima seco e falta de chuvas pode impactar a safra futura, mas ainda é cedo para essas previsões. Esperamos que as chuvas deste final de ano venham de forma uniforme e volumosa e a rebrota da cana-de-açúcar aconteça de uma maneira mais tranquila”, disse.
Na quarta passada, a consultoria Datagro reduziu em 9 milhões de toneladas a expectativa da safra de cana do Centro-Sul do Brasil, para 593 milhões de toneladas em 2024/25, em meio a impactos da seca e após as queimadas.
Com isso, a produção de açúcar na região foi estimada em 39,3 milhões de toneladas na temporada 2024/25, ante 40,025 milhões de toneladas na projeção anterior.
Segundo a Datagro, os incêndios provocaram preocupações sobre as áreas a serem colhidas na próxima safra de 2025/26. Como atingiram áreas de rebrota, isso deve “encorajar os produtores a retardar o início das operações de moagem na próxima temporada”, disse a consultoria.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do g1