Prejuízos da agropecuária no Rio Grande do Sul já ultrapassam R$ 1 bilhão

De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios, apenas a agricultura já perdeu R$ 1,2 bilhão, enquanto na pecuária os danos chegam a R$ 64 milhões.
13 de maio de 2024

Os últimos dados levantados pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios) apontam que os prejuízos apenas com a agropecuária do Rio Grande do Sul já somam mais de R$ 1 bilhão. O estado é um dos maiores produtores do setor no país.

De acordo com a entidade, apenas a agricultura já perdeu R$ 1,2 bilhão, enquanto na pecuária os danos chegam a R$ 64 milhões.

Os dados ainda são parciais e o próprio governo federal já disse que somente quando as águas baixarem será possível calcular o prejuízo. Além disso, nem todos os municípios conseguem contabilizar as perdas e inserir as informações no sistema da CNM.

Ainda segundo a CMN, 446 municípios gaúchos foram afetados pela catástrofe climática que assola o Rio Grande do Sul, que já causou mais de R$ 8,4 bilhões em prejuízos financeiros.

Desse total, R$ 4,5 bilhões se referem ao setor habitacional, com 101 mil moradias destruídas ou danificadas. No setor público, R$ 1,6 bilhões dos prejuízos se referem a obras de infraestrutura, como pontes, calçamentos e sistemas de drenagens urbanas.

Do total de municípios afetados, 397 foram reconhecidos pelo governo federal em estado de calamidade pública.

Até o momento, a maior tragédia climática da história do RS já deixou 147 mortos. Além disso, de acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, há 127 desaparecidos, 806 pessoas feridas, 538 mil desalojadas e 81 mil desabrigadas. No total, as enchentes afetaram diretamente 2,11 milhões de pessoas.

Tragédia no Rio Grande do Sul: por ora, não há risco de desabastecimento de arroz

O Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 70% da produção de arroz do país. No último dia 9, o governo federal publicou uma MP (medida provisória) que autoriza a importação do cereal, em caráter excepcional, de até 1 milhão de toneladas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a recomposição dos estoques públicos e, com isso, evitar o aumento de preços e impactos inflacionários.

A estimativa é de que cerca de 114 mil toneladas de arroz foram perdidas nas enchentes, o que corresponde a uma área plantada de um total de 22,9 mil hectares, localizados na região central do estado.

Mas o presidente da Farsul (Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul), Gedeão Pereira, disse, em entrevista ao podcast “De onde vem o que eu como”, que não há risco de desabastecimento de arroz.

Antes da tragédia, a previsão era de que o estado colhesse 7,475 milhões de toneladas de arroz, segundo a Conab. Mas novas estimativas do Irga (Instituto Riograndense do Arroz) preveem que a colheita deve ser um pouco menor, em torno de 7,149 milhões de toneladas, considerando os estragos das enchentes e outros efeitos do El Niño.

Já para a soja, a estimativa do tamanho da perda do grão no pé varia, segundo consultorias do setor, de 2,5 milhões a 5 milhões de toneladas. Há ainda as perdas não estipuladas da leguminosa que estavam em silos e armazéns.

O RS é o segundo maior produtor da leguminosa do Brasil e, no primeiro trimestre, foi o responsável por manter em alta os níveis de exportação, após a seca enfrentada pelo Centro-Oeste.

Confira abaixo os prejuízos no Rio Grande do Sul por setores, conforma dados da CNM:

  • Agricultura: R$ 1,2 bilhão em prejuízos;
  • Pecuária: R$ 64 milhões em prejuízos;
  • Indústria: R$ 245,5 milhões em prejuízos;
  • Comércios locais: R$ 121,4 milhões em prejuízos;
  • Demais serviços: R$ 27,6 milhões em prejuízos.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
 

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