O furacão Milton, considerado um dos mais perigosos por autoridade norte-americanas, pode gerar prejuízos da ordem de US$ 123 bilhões. Esses seriam os custos para reconstrução de 500 mil residências na área de Tampa Bay e Sarasota, na região da Flórida. Os dados são da CoreLogic, empresa de análise de propriedades.
O furacão tocou o solo na Flórida na noite de ontem (9) e, nesta madrugada (10), perdeu força e foi reclassificado para tempestade de 3 para categoria 1 pelo NHC (National Hurricane Center, em inglês).
Dados de satélite indicam que o olho do furacão atingiu Siesta Key, no Condado de Sarasota. O fenômeno chegou à costa acompanhado de ventos máximos estimados em 193 km/h, conforme relatório da agência.
Os ventos são poderosos o suficiente para demolir casas, ameaçando provocar enchentes que podem ser as piores em um século em alguns dos condados que mais crescem no estado.
Mesmo tendo sua categoria rebaixada, a elevação do nível do mar pode ameaçar cerca de 500 mil residências na área de Tampa Bay e Sarasota, com um custo de reconstrução estimado em US$ 123 bilhões. Caso chegue como Categoria 4, até 700 mil casas, avaliadas em US$ 174 bilhões, podem ser impactadas.
Esses valores refletem o alto preço dos imóveis na região de Tampa, além da população densa.
Segundo informações da TV NBC News, centros de evacuação em Sarasota estão lotados. Quase 10 mil pessoas e 1.700 animais de estimação estavam em abrigos na cidade com 57 mil habitantes. Esse seria o maior número já registrado durante uma evacuação.
Além da elevação do nível do mar, o Centro Nacional de Furacões dos EUA alertou que a tempestade trará chuvas torrenciais, com algumas áreas registrando até 450 mm de precipitação. Apagões generalizados, que podem durar dias ou semanas, também são esperados.
Antes do Milton, o sul da Flórida foi afetado pela passagem do furacão Helene, desencadeando enchentes que já deixaram mais de 230 mortos. Assim como o furacão Ian, que causou mais de 150 mortes em 2022, Milton também chegou a atingir a Categoria 5, mas deve perder um pouco de força antes de chegar à costa.
Perdas de seguradoras com furacão Milton devem chegar a US$ 100 bilhões
As seguradoras podem ter perdas estimadas em até US$ 100 bilhões no mundo, com a passagem do furação Milton. Isso deve criar aumento na procura de preços de resseguros (que segura as seguradoras) em 2025, impulsionando ações de algumas seguradoras.
As perdas com seguro causadas pelo Milton, podem ficar entre US$ 60 a US$ 100 bilhões se o furacão tiver impacto direto na área densamente povoada de Tampa, segundo analistas da Morningstar DBRS. Por ora, fica difícil calcular o estrago real e o número de vítimas.
De acordo com esses analistas, se confirmada a perda de US$ 100 bilhões, o Milton ficaria em pé de igualdade com o Katrina, em 2005. Segundo eles, as perdas com seguro provavelmente seriam “substanciais, mas não catastróficas”.
Até o momento, o Katrina causou a maior perda segurada de um furacão. O setor de seguros registrou um total de pagamentos de indenizações da ordem de US$ 40,6 bilhões à época.
A segunda maior perda veio do furação Ian, que atingiu a Flórida em 2022, gerando prejuízos de cerca de US$ 60 bilhões.
Analistas da RBC estimaram que o Milton levaria a perdas semelhantes às do Ian, que deveriam ser “muito administráveis” para o setor de seguros.
“Um evento de 1 em 100 anos é estimado por alguns para resultar em perdas de US$ 175 bilhões para um impacto na região de Tampa e US$ 70 bilhões em perdas na região de Ft Myers”, escreveram os analistas em nota.
Segundo analistas, as mudanças climáticas estão exacerbando as perdas das seguradoras e resseguradoras que, em resposta, aumentam as taxas e excluem negócios de maior risco.
“Melhores termos de contratos de resseguro, diversificação mais ampla de ganhos e maiores reservas devem colocar o setor em melhor situação do que antes”, disseram os analistas da RBC em uma nota.
O efeito cascata da situação foi que, nesta semana, as ações de resseguradoras globais como Swiss Re e Munich Re e dos players do Lloyd’s de Londres como Beazley, Hiscox e Lancashire caíram. Swiss Re, Munich Re e Beazley têm negociado em níveis recordes nas últimas semanas após fortes lucros.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias