Após a inflação oficial acelerar para 0,56% em outubro, a mediana dos analistas consultados para o Boletim Focus do Banco Central aponta nova projeção de avanço do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), de 4,59% para 4,62% este ano. Foi a sexta alta consecutiva. Os dados foram divulgados nesta manhã de segunda-feira (11) pelo BC.
Com isso, a projeção segue acima do teto da meta de inflação fixado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). O centro da meta para 2024 e 2025 é de 3%, podendo oscilar 1,5 ponto percentual para mais (4,5% – teto) e para menos (1,5% – piso).
Caso a meta de inflação não seja atingida, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, terá de escrever uma carta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as razões de não ter alcançado a meta.
Os dados de inflação divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na sexta-feira passada (8) mostram que, no ano, a inflação acumulada é de 3,88% e, nos últimos 12 meses, de 4,76%. Isso significa que a política de subir a taxa básica de juros, a Selic, para controlar a inflação tem se mostrado ineficaz.
Mas é importante pontuar uma sazonalidade nessa questão: o IPCA foi pressionado pelo aumento de preços da energia elétrica, devido à escassez de chuvas e o acionamento de termelétricas, com energia mais cara e poluente. A bandeira em vigor é a vermelha. Agora em novembro volta a bandeira amarela, pois voltou a chover.
Para 2025, a estimativa de inflação subiu de 4,03% para 4,10% na última semana.
Veja outras projeções do Boletim Focus do BC
PIB (Produto Interno Bruto):
- 2024: a projeção do mercado permaneceu estável em 3,10%.
- 2025: a mediana aponta que a previsão avançou de 1,93% para 1,94%.
Taxa básica de juros (Selic):
- 2024: na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano. A mediana do mercado financeiro permanece em 11,75% para o fim deste ano, ou seja, o mercado aposta em alta de 0,50 p.p. na Selic na reunião de dezembro.
- 2025: o mercado financeiro manteve a projeção em 11,50% ao ano.
Dólar:
- 2024: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2024 subiu de R$ 5,50 para R$ 5,55.
- 2025: a estimativa avançou de R$ 5,43 para R$ 5,48.
Balança comercial:
- 2024: o previsão de superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) recuou de US$ 77,8 bilhões para US$ 77,6 bilhões em 2024.
- 2025: a expectativa subiu de US$ 76,5 bilhões para US$ 76,7 bilhões.
Investimento estrangeiro:
- 2024: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou estável em US$ 72 bilhões.
- 2025: a estimativa de ingresso subiu de US$ 73,8 bilhões para US$ 74 bilhões.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias