Projeto prevê que cidadão pague por perícia médica no INSS

INSS tem 2,85 milhões de requerimentos em análise. Desses, 964,5 mil são pedidos por benefícios por incapacidade, que dependem de perícia médica
29 de março de 2022

O Senado deve votar, nesta terça-feira (29), no projeto que pode fazer com que os cidadãos sejam obrigados a pagar pelas perícias médicas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O projeto vale para benefícios assistenciais a pessoas com deficiência ou por incapacidade laboral, como auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. O texto ainda deve passar por alterações.

Também prevê que “o pagamento dos honorários periciais se limita a uma perícia médica por processo judicial, e, excepcionalmente, caso determinado por instâncias superiores do Poder Judiciário, outra perícia poderá ser realizada”.

O projeto ainda determina que o ônus pelos encargos relativos ao pagamento dos honorários periciais referentes às perícias médicas judiciais realizadas em ações em que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) figure como parte e se discuta a concessão de benefícios assistenciais à pessoa com deficiência ou benefícios previdenciários decorrentes de incapacidade laboral ficará a cargo do vencido.

Nelsinho Trad (PSD-MS), relator da proposta, diz ainda não saber se vai aceitar todas as mudanças feitas pelos deputados, já que o texto anterior obrigava o governo federal a pagar as perícias médicas até 2024.

Atualmente, o INSS tem o maior número em sua história de pessoas à espera de uma resposta. Há, no mínimo, 2,85 milhões de requerimentos em análise. Desses, 964,5 mil são pedidos por benefícios por incapacidade, que dependem de perícia médica.

A proposta aponta que a parte derrotada na ação judicial arque com os custos. No entanto, antes do término do processo, a antecipação do pagamento deve ficar sob responsabilidade do Executivo. Vale destacar que, caso a pessoa prove que não tem condições de realizar o pagamento, a cobrança é suspensa.

Para quem aguarda resposta do pedido de aposentadoria, a fila recuou de 1,7 milhão para 1,6 milhão de pedidos em espera de análise em março. Se comparado a 2019, ano anterior ao início da pandemia da Covid-19, no mês de janeiro o número de análises estava em 1,8 milhão e chegou ao maior da história em julho, registrando 2,4 milhões. Nos anos seguintes, a média foi 1,7 milhão em 2020 e 1,8 milhão em 2021.

Segundo o INSS, algumas medidas justificam a redução da fila. Como empenho de servidores, automação, investimento em capacitação e reorganização da estrutura, por exemplo.

No entanto, ainda são necessárias mais e novas ações para diminuir ainda mais. Atualmente, o INSS analisa por mês cerca de 751 mil pedidos de benefícios. O número de novos requerimentos mensais é de 674 mil processos.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias

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