Remédios ficam mais caros com reajuste acima de 10%

O aumento dos preços aliado à perda da renda leva muitos brasileiros a deixaram de comprar remédios essenciais
30 de março de 2022

Um reajuste no valor dos remédios está programado para a próxima quinta-feira (31). A alta deverá ser até 10,89% – valor máximo que pode ser aplicado pelos fabricantes, de acordo com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma).

O índice de cálculo para aumento dos preços dos remédios é definido pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão interministerial responsável pela regulação econômica do mercado de medicamentos no país.

O órgão utiliza como base a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Foi considerado o percentual acumulado em 12 meses, até fevereiro, que ficou em 10,54%. Fora a inflação, entram no cálculo: a produtividade do setor (fator X), que foi de zero; o fator de ajuste de preços relativos entre setores (fator Y), que foi de 0,35%; e o ajuste de preços relativos intrassetores (fator Z), que também foi de zero.

O reajuste ainda precisa ser autorizado pelo governo federal, mas o Sindusfarma destaca que, pela lei, a recomposição anual de preços poderá acontecer “em cerca de 13 mil apresentações de medicamentos disponíveis no mercado varejista brasileiro”.

O sindicato lembra que o reajuste não é automático e nem imediato, “pois a grande concorrência entre as empresas do setor regula os preços: medicamentos com o mesmo princípio ativo e para a mesma classe terapêutica (doença) são oferecidos no país por vários fabricantes e em milhares de pontos de venda”, afirmou em nota o sindicato.

Um dos fatores que muito preocupa é que o Brasil não produz os insumos farmacêuticos de que necessita para produzir remédios. E acaba importando 90% das matérias primas utilizadas. Isso faz com que as variações de preços internacionais tenham que ser repassadas também aos consumidores.

O perverso efeito sobre os idosos e mais pobres

A perda da renda, com aumento da inflação e desemprego, leva os brasileiros a deixaram de comprar itens essenciais, como os remédios. No ano passado, logo após o reajuste de março de 2021, pesquisa da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) indicou que 59% dos idosos deixaram de comprar medicamentos por falta de dinheiro.

O tratamento de doenças pode ser inviabilizado pelo maior custo dos remédios para pacientes de medicação regular, isto porque as pessoas que não têm acesso à saúde vão postergando os medicamentos e as idas ao médico e quando chegam ao hospital, o tratamento já é muito mais complexo e caro.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias

 

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