Restrições em portos de Xangai, por conta do coronavírus, causam atrasos, com riscos às cadeias globais

Os mercados, até agora, subestimaram a gravidade da situação em Xangai, na China
1 de abril de 2022

Nesta sexta-feira (1), Xangai estendeu as restrições em muitas partes da cidade, que abriga o centro financeiro da China e um dos portos mais movimentados do mundo. O Shanghai International Port Group, que administra o porto, disse no mês passado que implementaria um “sistema de circuito fechado” que exige que os funcionários permaneçam em áreas específicas e sigam certos protocolos para impedir a propagação do coronavírus.

Foi imposto bloqueio de duas fases aos seus 25 milhões de habitantes no início desta semana. As autoridades colocaram a parte oeste da cidade sob bloqueio na sexta-feira (1), estendendo o bloqueio existente aos bairros do leste com casos positivos em até nove dias.

Essas restrições causaram grandes atrasos no porto de Xangai, que fica na parte leste da cidade e já estava congestionado. É o porto de contêineres mais movimentado do mundo, movimentando mais de quatro vezes o volume visto no Porto de Los Angeles em 2021, segundo dados das autoridades portuárias de ambas as cidades. Para especialistas, os mercados até agora subestimaram a gravidade da situação na China.

As cadeias de suprimentos globais estão tensas há meses devido à pandemia de Covid-19 e à invasão da Ucrânia à Rússia e, agora, ao estrito bloqueio da Cinha em Xangai, que já sofria de grandes atrasos, pode piorar o congestionamento e aumentar ainda mais os custos de transporte. O congestionamento em Xangai é uma má notícia para consumidores e empresas em todo o mundo.

Devido às restrições de viagem, esperas prolongadas nos postos de controle, requisitos de teste de coronavírus e possível quarentena no retorno, muitos caminhoneiros estão lutando para entregar os contêineres de carga dentro e fora do porto a tempo, de acordo com The Paper, mídia controlada pelo estado.

A VesselsValue, fornecedora global de dados de navegação, disse que o número de navios esperando para carregar ou descarregar no porto de Xangai disparou para mais de 300 nesta semana, um aumento de quase cinco vezes nas últimas duas semanas e meia.

A Maersk, uma das maiores empresas de transporte de contêineres do mundo, também disse que o bloqueio de Xangai pode causar atrasos no transporte e custos mais altos. Consequentemente, haverá um tempo de entrega mais longo e um possível aumento nos custos de transporte.

O governo da cidade disse que as operações de frete permanecerão normais sob o bloqueio.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias

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