Entrar no rotativo do cartão de crédito pode render dívida milionária a brasileiro

A taxa de juros no rotativo do cartão de crédito pode virar uma dívida até cinco vezes maior passados 12 meses. Em fevereiro, a taxa média cobrada foi de 14,68% ao mês, ultrapassando 417,43% ao ano
24 de abril de 2023

A taxa de juros no rotativo do cartão de crédito pode virar uma dívida até cinco vezes maior passados 12 meses. Em fevereiro, a taxa média cobrada foi de 14,68% ao mês, ultrapassando 417,43% ao ano. Por esse motivo, um grupo de trabalho do governo Lula com o Banco Central (BC) vai debater as taxas de juros do rotativo, que devem continuar a ser determinadas por cada instituição financeira.  A redução do juro do cartão de crédito rotativo é uma das 14 medidas do pacote para destravar o crédito bancário, prometido pelo governo. Porém, a diretoria do BC afirmou que estabelecer um teto para o rotativo do cartão está fora de cogitação.

Segundo a Serasa Experian, o cartão de crédito segue sendo o principal motor das dívidas entre os inadimplentes. Dados do BC mostram inadimplência acima de 44% no rotativo do cartão de crédito para pessoas físicas no ano passado. É o maior percentual da série histórica, iniciada em março de 2011. A explicação está na alta da inflação e dos juros, que dificultam o pagamento de despesas básicas.

Anefac mostra que dívida de R$ 10 mil no rotativo do cartão de crédito se transforma em R$ 37 milhões em cinco anos

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Crédito: Envato

Segundo cálculos feitos pela Anefac (Associação Nacional de Executivos), uma dívida de R$ 500 no cartão de crédito se aproxima dos R$ 2.600 em um ano. Em cinco anos, na atual taxa de juros, o débito chegaria a R$ 1,8 milhão, segundo reportagem publicada na Folha de S. Paulo. Em outro exemplo, R$ 10 mil no rotativo do cartão de crédito se transformam numa de dívida de mais de R$ 37 milhões.

A recomendação de especialistas a quem se endividar no cartão é buscar por modalidades de crédito com prazos maiores e taxas menores.

Desde abril de 2017, os bancos são obrigados a transferir, após um mês, a dívida do rotativo para uma linha de crédito parcelado, que tem taxas mais baixas.

Mas é preciso cautela ao parcelar a dívida, diz Reinaldo Domingos, presidente da Abefin (Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira) à reportagem da Folha de S. Paulo. Embora mais baixos do que o do rotativo, os juros do parcelamento também são altos. 

“A velocidade das dívidas de cartão de crédito, uma vez não pagas, são avassaladoras. São juros sobre juros”, afirma o também presidente da DSOP Educação Financeira.


Redação ICL Economia
Com informações da Folha de S. Paulo

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