A busca por crédito por pessoas físicas no Brasil diminuiu pelo 16º mês consecutivo. Em setembro, houve uma queda de 13,7% em comparação com o mesmo mês em 2022. Esse declínio representou o terceiro maior impacto no índice em 2023, de acordo com informações coletadas em uma pesquisa mensal realizada pela Serasa Experian e divulgada pelo Metrópoles.
Além do declínio de 13,7% em setembro, o indicador já havia registrado quedas de 24% em abril e 15,7% em maio. Estas foram as duas maiores reduções do ano de 2023, sempre em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Após isso, o índice continuou a cair, porém em um ritmo mais lento, como por exemplo, uma queda de 5,5% em junho.
O número de setembro é notável não apenas pela magnitude da redução, mas também porque a menor busca por crédito ocorreu após dois cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros do país (Selic), em agosto e setembro, reduzindo a taxa de 13,75% para 12,75% ao ano.
Corte na Selic ainda é muito recente, avalia economista
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, observa que, embora a Selic tenha diminuído, essa redução foi muito recente para causar um impacto significativo na economia. Além disso, os bancos aplicam suas próprias tarifas, conhecidas como spread, sobre a Selic, o que encarece o crédito.
“Até novembro, são esperados dados negativos para o indicador, ainda que menores. Se houver uma alta em dezembro, será uma boa surpresa. Mas há poucas chances disso acontecer. Taxas positivas, ou seja, a retomada da demanda mais firme por empréstimos só deve acontecer a partir de 2024, com a maior queda de juros e da inadimplência”, diz o economista.
Brasil 247