Com Selic alta apesar dos cortes, busca por crédito cai pelo 16º mês seguido

Economista da Serasa Experian diz que "a retomada da demanda mais firme por empréstimos só deve acontecer a partir de 2024, com a maior queda de juros e da inadimplência"
19 de outubro de 2023

A busca por crédito por pessoas físicas no Brasil diminuiu pelo 16º mês consecutivo. Em setembro, houve uma queda de 13,7% em comparação com o mesmo mês em 2022. Esse declínio representou o terceiro maior impacto no índice em 2023, de acordo com informações coletadas em uma pesquisa mensal realizada pela Serasa Experian e divulgada pelo Metrópoles.

Além do declínio de 13,7% em setembro, o indicador já havia registrado quedas de 24% em abril e 15,7% em maio. Estas foram as duas maiores reduções do ano de 2023, sempre em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Após isso, o índice continuou a cair, porém em um ritmo mais lento, como por exemplo, uma queda de 5,5% em junho.

O número de setembro é notável não apenas pela magnitude da redução, mas também porque a menor busca por crédito ocorreu após dois cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros do país (Selic), em agosto e setembro, reduzindo a taxa de 13,75% para 12,75% ao ano.

Corte na Selic ainda é muito recente, avalia economista

O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, observa que, embora a Selic tenha diminuído, essa redução foi muito recente para causar um impacto significativo na economia. Além disso, os bancos aplicam suas próprias tarifas, conhecidas como spread, sobre a Selic, o que encarece o crédito.

“Até novembro, são esperados dados negativos para o indicador, ainda que menores. Se houver uma alta em dezembro, será uma boa surpresa. Mas há poucas chances disso acontecer. Taxas positivas, ou seja, a retomada da demanda mais firme por empréstimos só deve acontecer a partir de 2024, com a maior queda de juros e da inadimplência”, diz o economista.

Brasil 247

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