Com o crescimento da demanda, o setor de serviços brasileiro se recuperou para território de expansão em outubro, após registrar contração em setembro. É o que mostra o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços, divulgado ontem (6) pela S&P Global para o Brasil.
O indicador subiu a 51,0 no mês passado, ante 48,7 em setembro, mês em que registrou a primeira contração em sete meses. A marca de 50 separa expansão de retração da atividade.
Segundo a pesquisa, o ritmo de alta outubro foi o mais acelerado desde junho, consistente com um “ritmo de expansão moderado”.
Com a recuperação do setor de serviços compensando contração na indústria brasileira em outubro, o PMI Composto do país subiu a 50,3 no início do quarto trimestre, contra leitura de 49,0 em setembro.
Os empresários participantes da pesquisa citaram em outubro conquistas de novos negócios, com a taxa de crescimento desse componente marcando o resultado mais forte desde junho, ficando acima da média de longo prazo. Houve ainda melhora da demanda, o que os empresários apontaram como fator por trás da expansão das vendas.
“A melhoria na demanda por serviços sugeriu que o consumo privado e os investimentos em negócios mostraram sinais de resiliência”, disse Pollyanna de Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence.
Por outro lado, o aumento das vendas exerceu pressão sobre a capacidade de alguns provedores de serviços, de forma que os negócios pendentes subiram pela primeira vez desde maio de 2022. Esse efeito, por sua vez, levou algumas empresas a aumentar o quadro de funcionários.
Para o setor como um todo, no entanto, o ritmo de expansão do emprego foi “modesto”.
Setor de serviços: aumento de custos de insumos e de mão de obra podem elevar pressão inflacionária
Outro efeito foi que os custos dos insumos aumentaram em outubro à taxa mais acelerada desde junho, com os participantes da pesquisa citando custos mais elevados de materiais, principalmente devido às contas de energia, alimentos, combustíveis, seguros e água, e à mão de obra.
Esse aumento foi repassado pelos provedores de serviços, que elevaram seus próprios preços no início do quarto trimestre, com a taxa de inflação registrando o ritmo mais acelerado desde junho e ficando acima de sua média de longo prazo.
“Esta é uma tendência preocupante pois, caso se mantenha, poderá levar o Banco Central a suspender os cortes nas taxas de juros em um momento em que despesas e investimentos poderiam receber um incentivo com novas reduções”, disse Lima sobre as pressões inflacionárias observadas na sondagem de outubro.
Ainda assim, em relação à confiança do setor, as expectativas entre as empresas de serviços registraram melhora em relação a setembro, com mais de 56% dos participantes da pesquisa prevendo crescimento da atividade de serviços ao longo dos próximos 12 meses.
“As pesquisas do PMI de outubro mostraram um resultado líquido positivo para a economia do setor privado brasileiro, já que a expansão na atividade de serviços foi mais do que suficiente para compensar outro enfraquecimento no lado do setor industrial”, disse Lima.
Redação ICL Economia
Com informações de Brasil 247 e do InfoMoney. Fonte: Reuters