Taxa de desemprego se mantém estável, mas renda do trabalhador cai 8,7% em um ano

O trabalho informal apresenta taxa acima dos 40% no primeiro trimestre, o que equivale a 38,2 milhões de trabalhadores
29 de abril de 2022

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,1% no trimestre encerrado em março, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso corresponde a 11,949 milhões de desempregados no país.

Em relação ao trimestre anterior, houve estabilidade, quando a taxa registrada também foi de 11,1%, e queda de 3,8 pontos percentuais frente ao mesmo trimestre de 2021 (14,9%). Por outro lado, a renda média caiu 8,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O rendimento médio real foi estimado em R$ 2.548 pelo IBGE.

Informalidade

Apesar de os números da taxa de desemprego indicarem estabilidade, o resultado não pode ser considerado totalmente positivo. Isso porque ele reflete o aumento do trabalho informal (sem carteira ou por conta própria), que, na grande maioria das vezes, gera menores renda. No trimestre encerrado em março, a taxa de informalidade foi de 40,1% dos ocupados, o que equivale a 38,2 milhões de trabalhadores, ante 40,7% em dezembro. Há um ano, essa taxa era menor (39,1%).

A constatação dessa precariedade do trabalho também é medida pela população ocupada, que teve queda 0,5% no primeiro trimestre do ano, o que significa 472 mil pessoas a menos no mercado de trabalho.

Segundo a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a estabilidade da taxa de desemprego se explica por não haver maior procura por trabalho no trimestre, ao contrário do que costuma acontecer neste período. “Se olharmos a desocupação em retrospecto, pela série histórica da pesquisa, podemos notar que, no primeiro trimestre, essa população costuma aumentar devido aos desligamentos que há no início do ano. O trimestre encerrado em março se diferiu desses padrões”, comentou.

De acordo com a Pnad Contínua, no período entre janeiro e março, o total de empregados sem carteira assinada são 12,216 milhões, com crescimento de 19,3%, e os empregados com carteira assinada no setor privado (34,875 milhões) tiveram aumento menor (10,7%). Já a soma de trabalhadores por conta própria é de 25,283 milhões, registrando acréscimo de 7,3%.

Ainda segundo o instituto, os desalentados — aqueles que desistiram de procurar trabalho — somam 4,6 milhões de pessoas, queda de 4,1% frente ao trimestre anterior e recuo de 22,4% (menos 1,3 milhão de pessoas) ante igual trimestre de 2021.

A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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