Taxas dos títulos do governo recuam com divergências entre ata do Copom e dúvidas do mercado

Mercado tem dúvidas sobre o encerramento do ciclo de alta da Selic em 12,75% ao ano
22 de março de 2022

As taxas dos títulos públicos operam em queda nesta terça-feira (22). O movimento é puxado por fatores locais com os investidores repercutindo a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, divulgada hoje. Embora o Banco Central tenha deixado sinais na ata de que pretende encerrar o ciclo de alta da Selic em 12,75% ao ano, o mercado tem dúvidas sobre essa possibilidade.

Na ata, o Banco Central reforçou ainda que pode realizar ajuste de 1 ponto percentual na próxima reunião e deixou a porta aberta para adequar o tamanho do ciclo, caso seja necessário. No entanto, o cenário de conflito entre Rússia e Ucrânia, tendo como consequência aumento do petróleo no mercado internacional, inclusive no preço do combustível no Brasil, aumenta a desconfiança dos analistas sobre os sinais do Banco Central de que pretende encerrar o ciclo de alta da Selic em 12,75% ao ano.

Na avaliação dos economistas André Campedelli e Deborah Magagna, publicadas no Relatório Semanal Investidor Mestre, de 21 de março, a taxa básica de juros, na própria lógica do Regime de Metas de Inflação, serve para controlar possíveis aumentos da demanda acima do potencial de oferta da economia, o que, obviamente, não é o caso da situação brasileira no momento. Logo, a elevação não surtirá efeito algum no controle inflacionário.

“O problema principal da inflação brasileira para os próximos meses deve ser novamente a alta dos combustíveis. O aumento do petróleo eleva o preço da gasolina , o que desencadeia um aumento generalizado de preços no país”, consta no relatório.

Em função das dúvidas do mercado em torno do encerramento do ciclo de alta da Selic em 12,75% ao ano, no Dentro do Tesouro Direto, a taxa do título prefixado de curto prazo era a que mais recuava. O Tesouro Prefixado 2025 entregava uma rentabilidade anual de 12,16%, inferior aos 12,24% vistos ontem.

Enquanto o Tesouro Prefixado 2029 apresentava um retorno anual de 12,10%, abaixo dos 12,16% da segunda-feira (21).

Redação ICL Economia

Com informações do Relatório Semanal IInvestidos Mestre e agências

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