Transporte de cargas bate recorde em portos brasileiros no 1º semestre, com 644,7 milhões de toneladas

O modal abrange três perfis de cargas: contêineres, granéis sólidos e líquidos, que registraram a maior movimentação para o período desde o início da série histórica, em 2010.
9 de agosto de 2024

O transporte de cargas pelo modal aquaviário cresceu 4,28% no primeiro semestre de 2024 no Brasil. No período, foram movimentados um total de 644,76 milhões de toneladas, de acordo com o ANTAQ (Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários). Os dados foram apresentados esta semana.

O modal abrange três perfis de cargas: contêineres, granéis sólidos e líquidos. Estes registraram a maior movimentação para o período desde o início da série histórica, em 2010.

O destaque é para o transporte de cargas em contêineres, que teve movimentação de 73,3 milhões de toneladas, aumento de 22,72% em comparação com a mesma base do ano passado.

O recorte do transporte via contêineres se divide da seguinte forma:

  • Longa navegação: entre o Brasil e outros países, foram movimentados 49,3 milhões de toneladas;
  • Cabotagem: 23,2 milhões de toneladas circularam exclusivamente dentro do país.

A cabotagem de contêiner teve alta de 30,22% no período. Pelos rios brasileiros (navegação interior e apoio portuário), a movimentação atingiu 0,7 milhão de toneladas.

No recorte por mês e por produtos, o relatório mostra que:

  • Junho: movimento de 119,2 milhões de toneladas de cargas, 4,74% a mais que os 113,8 milhões de toneladas de junho do ano passado.
  • Produtos: fertilizantes (+17,33%), açúcar (+17,22%) e bauxita (+11,79%).

Transporte de cargas aquaviário via contêineres viveu estagnação no pós-pandemia

Em 2021, o Brasil teve movimentação expressiva no transporte de cargas via contêineres, mas, no período seguinte, viveu estagnação.

O diretor-geral da ANTAQ, Eduardo Nery, disse que o desempenho positivo da movimentação de contêineres neste ano é reflexo de uma retomada da atividade em diversos portos do país, e já se pode afirmar pelos números que o crescimento é contínuo.

O resultado, segundo ele, sinaliza uma reindustrialização no Brasil, também indicada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A produção industrial brasileira avançou 4,1% em junho deste ano, a maior alta desde julho de 2020 (9,1%).

“Alguns dados chamam atenção, como o crescimento de mais de 70% na movimentação de compostos orgânicos e inorgânicos, que servem de base para a indústria, o que pode mostrar uma retomada do nosso crescimento industrial”, afirmou Nery.

“Assim como também o agro trouxe números importantes: aumento de mais de 50% na movimentação de café, mais de 300 por cento de movimentação de algodão. O açúcar também, um outro destaque dentro desse primeiro semestre muito importante, significativo para o setor portuário”, completou.

Regiões

Sudeste: é responsável por metade das cargas do setor aquaviário nacional. Na região, foram movimentadas 322,5 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, alta de 6,1%, com destaque para petróleo e derivados, sem óleo bruto (19,62%), e minério de ferro (10%).

Nordeste: 149,2 milhões de toneladas transportadas, aumento de 4,1%. Detém 23,1% de participação nacional. Os destaques da região em aumento de quantidade transportada foram minério de ferro (6,16%) e petróleo e derivados (2,38%).

Sul: 90,8 milhões de toneladas, avanço de 4,6%, com destaque para o açúcar (+77,60%) e a soja (+18,31%).

Norte: 79,5 milhões de toneladas, volume estável em comparação ao mesmo período do ano passado (0,6%). Os dois destaques em aumento de quantidade transportada foram milho (17,92%) e bauxita (3,16%).

Centro-Oeste: não tem movimentação aquaviária expressiva, segundo a Antaq. Quase a totalidade da produção é escoada via terrestre para as outras regiões do país.

Perfis de carga

Granéis sólidos: representam 59,4% de tudo que passa pelos portos. Tiveram alta de 3,65% em relação aos seis primeiros meses do ano passado. Foram movimentados 383 milhões de toneladas de cargas no período.

Granéis líquidos: desempenho estável, com crescimento de 0,02%.

Cargas gerais: recuo de 2,02%, no mesmo período.

Portos

Terminais de Uso Privado (TUPs): movimentaram 413,2 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024, com aumento é de 2,12% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O destaque foi o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (MA), que registrou crescimento de 6,47%, com 74,7 milhões de toneladas movimentadas.

Portos públicos: movimentaram 231,6 milhões de toneladas nos primeiros seis meses do ano. O aumento é de 8,37% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Dentre os públicos, o Porto de Santos foi o mais movimentado, com 68,6 milhões de toneladas, aumento de 8,42%, em relação ao primeiro semestre de 2023. Este porto, sozinho, movimentou 10,6% de toda a carga portuária do país. Na sequência vieram o Paranaguá (PR), com 30,13 milhões de toneladas e alta de 9,80%, e o de Itaguaí (RJ), com 30,02 milhões de toneladas e alta de 21,96%.

Redação ICL Economia
Com informações do g1

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