O Credit Suisse foi comprado pelo UBS Group AG por US$ 3,23 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões), em um acordo intermediado pelo governo suíço para evitar que a crise envolvendo o Credit contaminasse os demais mercados. O acordo, anunciado ontem (19) pelo Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em inglês), também inclui uma assistência de liquidez de US$ 108 bilhões (R$ 568,86 bilhões) por parte do SNB. O acordo ainda prevê que o UBS assuma uma perda de US$ 5,4 bilhões (R$ 28,5 bilhões) do banco suíço.
De acordo com reportagem do portal G1 com base em informações da agência de notícias Reuters, o acordo também envolve garantia para perdas de, no máximo, US$ 9,7 bilhões (R$ 51 bilhões), oferecida pelo governo da Suíça para uma parte específica do portfólio, com o objetivo de cobrir possíveis perdas.
Uma crise de confiança dos investidores em relação ao Credit Suisse teve início no último dia 14, após relatório divulgado pelo banco indicar distorções em suas demonstrações financeiras. A notícia envolvendo o banco ocorreu poucos dias depois da falência do Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank, nos EUA.
Para justificar o acordo, o governo da Suíça disse que a falência de um banco globalmente importante como o Credit Suisse teria “consequências irreparáveis” nos mercados.
Por sua vez, o banco central da Suíça argumentou que “com a aquisição do Credit Suisse pelo UBS, foi encontrada uma solução para garantir a estabilidade financeira e proteger a economia da Suíça nessa situação excepcional”.
Após os problemas envolvendo o Credit virem à tona, as ações do banco chegaram a ser negociadas, na sexta-feira (17), a cerca de US$ 2,01 (R$ 10,64). O grupo UBS propôs a compra de ações por US$ 0,27 (R$ 1,43), proposta que foi negada. Depois da negativa, subiu o valor para US$ 0,54 (R$ 2,85).
Após anúncio de compra do Credit Suisse, bancos centrais anunciam acordo conjunto para aumentar a liquidez dos mercados
Liderados pelo Fed (Federal Reserve), alguns dos maiores bancos centrais do mundo se uniram ontem (19) em uma ação coordenada para aumentar a provisão de liquidez dos mercados. Banco do Canadá, Banco da Inglaterra, Banco do Japão, Banco Central Europeu e Banco Nacional Suíço, além do Fed, firmaram acordo para aumentar a frequência de seus acordos de linha de swap em dólares americanos de semanal para diário. Assim, pretendem aumentar a liquidez dos mercados.
A medida começa a valer a partir desta segunda-feira (20) e deve continuar até pelo menos o fim de abril. As linhas de swap são operações em que há troca de posições quando há risco para o investidor.
“A rede de linhas de swap entre esses bancos centrais serve como um importante suporte de liquidez para aliviar as tensões nos mercados de financiamento globais, ajudando, assim, a mitigar os efeitos de tais tensões na oferta de crédito para famílias e empresas”, afirmaram os BCs em nota, segundo reportagem do G1.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do portal G1