Autoridades da União Europeia afirmaram, nesta quinta-feira (28), que todos os países-membros concordam que não pagarão à Rússia diretamente em rublos por suas importações de gás, observando que o prazo para os próximos pagamentos deve ser 20 de maio. Segundo informação da CNN, as autoridades da Comissão da UE acrescentaram também que não têm uma visão geral de quantos compradores abriram contas para pagamentos de gás no Gazprombank (banco russo).
A interrupção do fornecimento de gás à Bulgária e à Polônia por não pagarem pelo combustível em rublos foi feita nesta quarta-feira (27) pela Gazprom (empresa de gás da Rússia), e se configurou como a resposta mais dura do Kremlin até agora às sanções impostas pelo Ocidente devido à guerra na Ucrânia.
Cerca de 40% do gás consumido na Europa vem da Rússia através de gasodutos que passam por países como a Polônia e a Bulgária. Diante disso, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou como “chantagem” a medida da Gazprom, mas disse que o bloco está trabalhando em uma resposta coordenada à escalada de Moscou.
Segundo Leyen, a Europa alcançará em breve a independência do gás russo. “O movimento feito pela Rússia é contra si mesmo. Nós estamos trabalhando há meses para reduzir essa dependência (do gás russo) e agora esse esforço está sendo recompensado. Já conseguimos reduzir o fluxo de gás vindo da Rússia…e conseguiremos ficar independentes dos combustíveis fósseis muito mais rapidamente. E essa independência será para valer e para sempre”, declarou. Ela ainda enfatizou que “a era de combustíveis fósseis russos está chegando ao fim”.
A suspensão de gás para a Polônia e para a Bulgária também traz consequências importantes e preocupantes para toda a Europa. Entre outras funções, o gás serve para fornecer aquecimento a residências e instalações comerciais e governamentais dos países europeus.
Novo gasoduto
O governo polonês afirmou que já se prepara para abrir mão do gás russo há seis anos, e tem reservas suficientes. Vale lembrar que metade do gás consumido na Polônia vinha da Rússia.
Ainda segunda informações das autoridades polonesas, semana que vem, entra em funcionamento um gasoduto que vai ligar a Polônia a um terminal de gás liquefeito na Lituânia e, até o fim do ano, deve entrar em operação uma ligação direta com a Noruega.
No caso da Bulgária, a dependência do gás russo chega a 90% e, para pôr fim ao contrato com a Gazprom, depende da conclusão da ligação com duas redes, uma da Grécia e outra da Sérvia, que vão permitir diversificar o fornecimento. A conexão com a Grécia, prevista para entrar em operação até o fim do ano, vai trazer gás do Azerbaijão
Redação ICL Economia
Com informações da CNN e agências