Eduardo Moreira, além de economista, é engenheiro. Um dos assuntos que mais gosta de estudar é Física, desde a Física Quântica até a que estuda os cosmos. Neste trecho do programa ICL Notícias, a partir da notícia sobre o novo telescópio James Webb, ele indica a série de livros de Princeton, universidade em que Albert Einstein lecionou e passou o final de sua vida.
A série de livros se chama Philosophy of Physics, e Eduardo cita especialmente o livro em que se fala sobre o conceito do espaço-tempo. Ele explicita que “os conceitos são muito difíceis, pois colocam em cheque tudo o que usamos como conceito no nosso dia a dia”.
Para se ter uma ideia, um buraco negro é tão denso que, para que a Terra virasse um buraco negro, seria necessário “espremer” o planeta Terra do tamanho de uma bola de pingue-pongue. O tempo, na velocidade da luz, é intransponível. Já dentro do buraco negro, o tempo para. As pessoas sempre imaginaram que o buraco negro era como se fosse um ralo, onde as coisas sumiam. Hoje os cientistas se perguntam se é um ralo ou uma fonte.
Nós só enxergamos o passado. Tudo o que enxergamos, já aconteceu. E agora conseguimos enxergar um passo de 13 bilhões de anos. Em breve, conseguiremos captar as primeiras assinaturas de vida. Isso não quer dizer que vamos falar em walkie-talkie com marcianos, mas o que o telescópio James Webb faz é detectar, com seus espectrômetros, os sinais que indicam do que são feitas as atmosferas (nos planetas que têm atmosfera), além de ser capaz de detectar a presença de vapor d’água, água líquida e outros compostos químicos e compostos que, pelo que entendemos na Terra, só poderiam ser produzidos por organismos vivos.
Expectativa é de que novo telescópio capture assinaturas de vida em pontos remotos da galáxia
A NASA contratou um grupo de 24 teólogos para conversar sobre como deveriam preparar o planeta caso tivessem que dar a notícia de terem encontrado vida ou sinais de vida em algum outro lugar da galáxia. Isso porque é essa a expectativa com esse novo telescópio que está rodando no espaço: conseguir, entre várias outras coisas, capturar assinaturas de vida em pontos remotos da galáxia.
As pessoas estão dizendo que precisamos estar preocupados com o que acontece aqui, e não lá fora. E realmente isso é um sentimento legítimo, e um sinal de que: “poxa, se a gente consegue chegar lá… Como a gente não consegue resolver aqui?”.
Contudo, é incrível e admirável essa curiosidade e capacidade humana de tamanha eficácia quando a gente quer resolver um problema e ir mais longe no que fazemos. O potencial nós temos. Agora, o que precisamos é apontar para o lado certo.