Visita de Nancy Pelosi a Taiwan eleva tensões e deixa humor dos mercados frágil na manhã desta quarta-feira (3)

A ameaça de deterioração das relações entre China e EUA por causa da visita da democrata jogou apreensão sobre os mercados
3 de agosto de 2022

O humor dos mercados permanece frágil na manhã desta quarta-feira (3), devido às tensões ocasionadas pela visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a Taiwan, aumentando a temperatura da relação entre China e EUA. Nesta manhã, após dois dias de quedas nas bolsas internacionais, os índices futuros de Nova York operam em tímida alta. De outro lado, as bolsas da Europa e da Ásia caminham sem direção certa nesta manhã.

No entanto, a ameaça de deterioração das relações entre China – que vive um conflito histórico com Taiwan – e EUA jogou apreensão sobre os mercados, principalmente com o temor de que o nível de tensão entre as duas maiores economias do mundo possa virar um conflito militar.

Os chineses consideram Taiwan parte de seu território e, por enxergarem a visita de Pelosi como uma provocação, anunciaram sanções comerciais à ilha e, também, testes com mísseis e exercícios militares ao redor do território. A polêmica democrata foi a primeira política do alto escalão norte-americano a visitar Taiwan em 25 anos.

Além da apreensão vivida no território asiático, investidores americanos aguardam a divulgação dos números de demanda de hipotecas e os dados do PMI (índice de gerentes de compras, na sigla em inglês), que serão divulgados hoje.

Outro ponto no front econômico é que mais dirigentes do Fed (Federal Reserve) voltam a falar, nesta quarta-feira, depois que três presidentes do banco central norte-americano sugeriram ontem (2) que a taxa básica de juros continuará subindo para frear a escalada da inflação.

Ainda, o mercado aguarda o resultado da reunião da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) hoje. A expectativa é de que haja um aumento modesto para setembro na produção da commodity.

Brasil

Na terça-feira (02), o Ibovespa fechou o pregão em alta de 1,11%, aos 103.362 pontos, na véspera da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que decidirá a nova taxa básica de juros da economia brasileira. As negociações em bolsa, segundo analistas, tiveram influência da Pesquisa Industrial Mensal, que mostrou que o setor recuou 0,4% em junho em relação ao mês anterior. A pontuação de ontem do Ibovespa foi a melhor desde 10 de junho, quando o indicador fechou em 105.481 pontos. O dólar valorizou-se 1,94% frente ao real, cotado a R$ 5,278 na compra e R$ 5,279 na venda.

Europa

As bolsas europeias operam com bastante cautela e sem direção definida nesta quarta-feira. Os mercados recuaram ligeiramente ontem, devido ao sentimento de risco global, diante dos indicadores recém-divulgados pelas nações europeias, com inflação alta e estagnação de economias importantes, como a alemã.

Além disso, empresas como Commerzbank, SocGen, BMW, Banco BPM, Siemens Healthineers e Veolia e Wolters Kluwer reportaram seus números do segundo trimestre antes da abertura dos mercados.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,06%

DAX (Alemanha), +0,02%

CAC 40 (França), +0,13%

FTSE MIB (Itália), +0,19%

Estados Unidos

Nos EUA, os índices futuros operam com leves ganhos na manhã desta quarta-feira (3), após dois dias de queda. Os investidores monitoram de perto a elevação da temperatura na relação EUA-China após a visita da democrata Nancy Pelosi à ilha de Taiwan, o que foi considerado uma provocação pelos chineses, que ameaçam com sérias retaliações a Taiwan.

Ademais, os investidores também aguardam os resultados corporativos do segundo trimestre das empresas CVS, Regeneron, Under Armour e Moderna.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,27%

S&P 500 Futuro (EUA), +0,20%

Nasdaq Futuro (EUA), +0,06%

Ásia

De modo geral, os mercados asiáticos fecharam em alta nesta manhã, embora a China tenha ido na direção contrária, saindo do campo positivo rumo ao negativo, devido ao aumento das tensões geradas pela visita da democrata Nancy Pelosi a Taiwan. Sobre a visita, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying, tuitou nas redes sociais que foi “uma grande provocação política”.

Na economia, o Índice de Gerentes de Compras de Serviços Caixin da China para julho chegou a 55,5, acima dos 54,5 de junho. Também é o mais alto desde abril de 2021, de acordo com dados da Refinitiv.

Shanghai SE (China), -0,71%

Nikkei (Japão), +0,53%

Hang Seng Index (Hong Kong), +0,40%

Kospi (Coreia do Sul), +0,89%

Petróleo

As cotações do petróleo operam em baixa nesta manhã, revertendo ganhos da sessão anterior, seguindo o fluxo da expectativa sobre a reunião da Opep+ e os temores de que uma desaceleração na economia global possa atingir a demanda pela commodity.

Petróleo WTI, -0,78%, a US$ 93,70 o barril

Petróleo Brent, -0,86%, a US$ 99,68 o barril

Agenda

Hoje, nos Estados Unidos, os investidores devem acompanhar os índices de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços que, na última leitura, apresentou número abaixo de 50, indica retração. Também haverá a divulgação dos estoques de petróleo semanal (EIA).

Por aqui, no Brasil, o evento mais importante é a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve elevar a taxa básica de juros (Selic), para 13,75% ao ano. Se o ajuste for confirmado, os juros no Brasil serão os maiores em cinco anos. A decisão será divulgada às 18h30. Há dúvidas se o Banco Central (BC) encerrará o ciclo de aperto monetário, uma vez que há expectativa de que o país registre deflação. Ao lado disso, o mercado aguarda a divulgação de balanços da 3R Petroleum, Gerdau, Metalúrgica Gerdau, PetroRio, Quero-Quero, Ultrapar, Totvs e Tegma.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

 

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