O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola foi divulgado na última semana pelo IBGE, mostrando as estimativas para a safra de grãos no final do ano de 2023, além da projeção do total da área plantada das diversas culturas agrícolas brasileiras para o mesmo ano. A projeção para a safra de grãos no Brasil feita em março aumentou 0,5% em relação às estimativas de fevereiro, chegando em 227,7 milhões de toneladas. Este valor foi 13,9% maior do que a safra obtida no final de 2022, o que significou um aumento de 36,5 milhões de toneladas neste ano. Essa expectativa foi puxada tanto pela produção de milho quanto de soja, que devem ter colheita recorde este ano.
Em relação ao mesmo período do ano anterior, a projeção foi de aumento da colheita do milho de primeira safra em 9,7%, e da segunda safra em 8,4%. Também ocorreu aumento da projeção da safra de soja em 23,2%, enquanto para o café foi esperado um aumento de 13,4%. Porém, para as culturas voltadas ao mercado interno, houve queda na produção esperada, de 7,6% para o arroz e de 0,3% para o feijão de segunda safra e de 0,8% do feijão de terceira safra. O único aumento esperado foi do feijão de primeira safra, que deve se elevar 0,9% neste ano.
Em relação à área plantada, passou a ser esperada uma expansão de 260 mil novos hectares quando comparada à estimativa do mês de fevereiro. A expansão deve se concentrar em três culturas, principalmente, na soja, que teve aumento na projeção de 268 mil novos hectares, no feijão, com aumento de 221 mil novos hectares e no trigo, com aumento de 168 mil novos hectares. Porém, também houve queda na área plantada esperada do milho, em 147 mil hectares e de outras culturas, em 232 mil hectares. Cada vez mais a produção agrícola brasileira se concentra na soja e no milho, mesmo com a queda observada neste mês.
O milho e a soja juntos correspondem a 71% do total da área plantada brasileira, com a soja correspondente a 47% e o milho em 24%. Outra área que teve expansão considerável foi do trigo, que aumentou para 4% da área plantada, superando inclusive o feijão, que se encontra em 3% do total da área plantada e do arroz, com 2% do total da área plantada. Existe um claro processo de concentração da agricultura brasileira em milho e soja, e parece que o trigo vem ganhando cada vez mais espaço nesta discussão.
Houve nova melhora da projeção da produção de grãos, e devemos ter uma produção recorde em 2023. Porém, a atividade econômica brasileira deve depender muito do sucesso da produção agrícola, mostrando problemas de dinamismo econômico. E cada vez mais a produção agrícola parte para uma concentração em apenas poucas culturas, com o trigo entrando também neste seleto grupo onde já se encontram a soja e o milho na economia brasileira
Safra: bens intermediários
Bens intermediários são aqueles que são produzidos por uma empresa para serem utilizados como matéria prima para outras empresas manufaturar seus bens. Estão não são bens que são utilizados para transformar materiais dentro do processo produtivo, como os bens de capital, mas sim aqueles que são transformados. Os bens são vendidos como bens finais pelas empresas que as produzem, porém, são utilizados pelas empresas de bens de consumo para produzir seus itens que serão vendidos ao consumidor final. São exemplos destes bens os adubos, bobinas de aço, fertilizantes, tecidos, entre outros.
Do Boletim Economia Para Todos Investidor Mestre