A estimativa de abril para a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2023 é de 302,1 milhões de toneladas, 14,8% maior que a safra de 2022 (263,2 milhões de toneladas) e 0,8% acima da estimativa de março (299,7 milhões de toneladas). A área a ser colhida é de 76,4 milhões de hectares, 4,3% maior do que a área colhida em 2022 e 0,4% maior que a estimativa de março.
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representam 92,3% da estimativa da produção e respondem por 87,3% da área a ser colhida. Frente a 2022, houve altas de 24,7% para a soja, de 2,8% para o algodão herbáceo (em caroço) e de 8,8% para o milho, com aumentos de 9,8% no milho na 1ª safra e de 8,5% no milho na 2ª safra. Houve quedas de 7,5% para o arroz em casca e de 1,7% para o trigo. Na área a ser colhida, ocorreram acréscimos de 2,8% na área do milho (aumento de 0,2% no milho 1ª safra e de 3,7% no milho 2ª safra). A área do algodão herbáceo cresceu 1,7%, a do trigo 3,4%, a da soja 6,0% e a do sorgo 11,4%. Por outro lado, houve declínios de 6,7% na área do arroz e de 2,3% na do feijão.
A estimativa de abril para a soja foi de 149,1 milhões de toneladas e, a do milho, de 119,9 milhões de toneladas (27,9 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 91,9 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 9,9 milhões de toneladas; a do trigo em 9,9 milhões de toneladas; a do algodão (em caroço) em 6,9 milhões de toneladas; e a do sorgo, em 3,5 milhões de toneladas.
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para as cinco Grandes Regiões: a Região Sul (28,8%), a Centro-Oeste (12,6%), a Sudeste (4,3%), a Norte (11,9%) e a Nordeste (2,8%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos a Região Nordeste (0,4%), a Região Centro-Oeste (0,9%), a Região Sudeste (3,3%) e a Região Sul (0,4%). A Região Norte apresentou declínio (-0,9%).
Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,7%, seguido pelo Paraná (15,5%), Rio Grande do Sul (10,1%), Goiás (9,6%), Mato Grosso do Sul (8,1%) e Minas Gerais (6,0%), que, somados, representaram 80,0% do total.
Destaques na estimativa da safra de abril de 2023 em relação ao mês anterior
Em relação a março, houve altas nas estimativas do sorgo (14,6% ou 446 259 t), batata 3ª safra (7,2% ou 60 650 t), cana-de-açúcar (5,4% ou 34 105 246 t), feijão 2ª safra (2,0% ou 27 305 t), aveia (1,5% ou 16 656 t), batata 2ª safra (1,4% ou 16 049 t), tomate (1,3% ou 51 010 t), soja (1,2% ou 1 823 405 t), feijão 1ª safra (1,1% ou 11 919 t), feijão 3ª safra (1,0% ou 6 574 t), trigo (0,9% ou 88 637 t), milho 1ª safra (0,1% ou 24 982 t), milho 2ª safra (0,0% ou 40 878 t) e batata 1ª safra (0,0% ou 707 t), e declínios nas estimativas da cevada (-2,6% ou -13 700 t), café canephora (-2,0% ou – 21 116 t) e café arábica (-0,4% ou -8 905 t).
A distribuição regional da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas ficou assim: Centro-Oeste (48,7%), Sul (28,0%), Sudeste (9,6%), Nordeste (8,7%) e Norte (5,0%). As principais altas na produção, ante o mês anterior, foram em Goiás (1 298 334 t), São Paulo (496 613 t), Minas Gerais (423 266 t), Santa Catarina (357 323 t), Ceará (84 379 t), Paraíba (6 156 t), Piauí (6 009 t), Rio de Janeiro (1 252 t), Espírito Santo (267 t) e Maranhão (1 t). As principais quedas foram em Rondônia (-141 926 t), Paraná (-61 200 t) e Amapá (-260 t).
BATATA-INGLESA – A produção da batata nas três safras do produto deve alcançar 3,9 milhões de toneladas, com alta de 2,0% ante o mês anterior e queda de 2,8% frente a 2022.
CAFÉ (em grão) – A produção brasileira de café, para 2023, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi de 3,3 milhões de toneladas, ou 55,2 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 0,9% em relação ao mês anterior e crescimento de 5,5% em relação a 2022.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,3 milhões de toneladas, ou 38,3 milhões de sacas de 60 kg, declínios de 0,4% em relação a março e alta de 13,0% ante o ano anterior. Para 2023, a bienalidade da safra deve ser negativa. Contudo, como não houve maiores problemas climáticos durante o inverno de 2022 e as chuvas foram abundantes, aguarda-se um aumento da produção, havendo, portanto, uma “inversão de bienalidade”.
Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção foi de 1,0 milhão de toneladas, ou 16,9 milhões de sacas de 60 kg, declínios de 2,0% em relação ao mês anterior e de 8,2% em relação ao ano anterior.
CANA-DE-AÇÚCAR – A estimativa da produção de cana-de-açúcar é de 666,5 milhões de toneladas, com alta de 5,4% frente ao mês anterior e de 6,5% ante 2022. O crescimento da safra deve-se à chuva, principalmente, em janeiro e fevereiro de 2023. Além disso, não ocorreram geadas e déficit hídricos na fase de desenvolvimento da cultura, fatores que influenciaram nos resultados das safras dos últimos 3 anos.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. A produção do trigo deve alcançar 9,9 milhões de toneladas, aumento de 0,9% em relação a março, e decréscimo de 1,7% em relação a 2022, quando o Brasil colheu a maior safra da história, portanto, uma base de comparação elevada.
A estimativa da produção da aveia foi de 1,1 milhão de toneladas, aumento de 1,5% em relação ao mês anterior, porém declínio de 6,5% em relação a 2022.
Para a cevada, a produção estimada foi de 507,9 mil toneladas, declínio de 2,6% em relação ao mês anterior e crescimento de 0,9% em relação a 2022.
FEIJÃO (em grão) – A quarta estimativa da produção de feijão de 2023, para as três safras, foi de 3,1 milhões de toneladas, 1,5% maior que a previsão de março. A produção brasileira de feijão no ano corrente deve atender ao consumo interno do País em 2023, que vem se mantendo estagnado nos últimos anos, não havendo a necessidade da importação do produto.
A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,1 milhão de toneladas, acréscimo de 1,1% frente à estimativa de março, resultado do acréscimo de 1,4% no rendimento médio e do declínio de 0,4% na área colhida. A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,4 milhão de toneladas, com alta de 2,0% frente a março, acompanhando o aumento de 1,2% no rendimento médio e de 0,9% na área a ser colhida. A 2ª safra representa 43,8% da produção de feijão do País.
Para a 3ª safra de feijão, a estimativa foi de 649,4 mil toneladas, com alta de 1,0% frente à estimativa do último mês, com a área a ser colhida também crescendo 0,7%, e o rendimento médio subindo 0,3%. A 3ª safra representa 20,8% do total de feijão produzido no País.
MILHO (em grão) – A estimativa para a produção do milho foi de 119,9 milhões de toneladas, representando um discreto aumento de 0,1% ou 65 860 toneladas a mais, frente a março de 2023, justificado pelo aumento no rendimento médio de 0,6%, já que houve redução de 0,5% na área a ser colhida. Ante o mesmo período de 2022, o crescimento foi de 8,8%, pois aumentaram as áreas plantadas e colhidas (2,4% e 2,8%, respectivamente), assim como aumento no rendimento médio de 5,8%, alcançando 5 493 kg/ha.
O milho 1ª safra apresentou um crescimento de 0,1% ou 24.982 toneladas em comparação ao mês anterior, totalizando 27,9 milhões de toneladas. O aumento no rendimento médio, de 1,0% (5 275 kg/ha), foi o responsável pelo aumento da produção, uma vez que ocorreram reduções de 0,9% na área plantada e na área colhida. A perda de 50,0 mil hectares na área plantada do milho 1ª safra pode estar relacionada à crescente substituição pelo cultivo da soja.
A estimativa da produção do milho 2ª safra totalizou 91,9 milhões de toneladas, mantendo-se praticamente estável quando comparado ao mês anterior, embora tenha ocorrido queda 0,4% na área 23 plantada e na área a ser colhida. Essa diminuição da área plantada pode estar relacionada a atrasos na colheita da soja, em decorrência do prolongamento das chuvas de verão. Em relação ao ano de 2022, a produção apresentou aumento de 8,5%, assim como houve aumentos de 3,7% na área colhida e de 4,6% no rendimento médio.
SOJA (em grão) – A produção nacional de soja deve alcançar 149,1 milhões de toneladas, um aumento de 24,7% frente ao ano anterior, devendo representar quase metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País no ano. A recuperação da produtividade das lavouras na maior parte do País, na comparação com a média alcançada em 2022, é o principal fator que justifica o aumento na quantidade produzida. Frente ao mês anterior, houve alta de 1,2% na quantidade produzida, influenciado pela revisão de dados em Goiás (6,4%), Minas Gerais (2,7%), São Paulo (3,9%) e Santa Catarina (8,3%).
SORGO (em grão) – A estimativa da produção do sorgo, para abril de 2023, foi de 3,5 milhões de toneladas, aumentos de 14,6% em relação a março, e de 23,0% frente a 2022. Tais aumentos têm acontecido pelo ganho de áreas cultivadas ante 2022, principalmente em Minas Gerais (36,8%) e em Goiás (9,8%).
Frente a março, somente o Sudeste, responsável por 40,3% da produção nacional, e o Centro-Oeste, com participação de 48,8%, revisaram suas produções esperadas. O Centro-Oeste indicou aumento de 6,7% na produção e de 6,9% na área, com redução de 0,2% no rendimento médio, devido à queda registrada em Goiás (-0,4%), o maior produtor nacional com 1,3 milhão de toneladas. No Sudeste, o aumento de área plantada foi de 28,2%, sendo a produção distribuída por Minas Gerais, 1,1 milhão de toneladas, e São Paulo, 300,9 mil toneladas.
TOMATE – A produção deve alcançar 4,0 milhões de toneladas na safra de 2023, de acordo com as estimativas de abril. Esse montante é 2,8% maior que a safra anterior (2022) e significa uma estimativa 1,3% maior, se comparada à previsão do mês de março. Uma área plantada 1,7% maior que a do ano anterior, e o aumento de 0,9% na estimativa de produtividade, são os balizadores desse aumento na previsão da safra nacional.