Relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobe a economia brasileira, divulgado ontem (31), destaca a “ambiciosa agenda de crescimento inclusivo e sustentável” proposta pelo novo governo brasileiro e também reconheceu o avanço da agenda legislativa do Brasil, com o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária, que tramitam no Congresso Nacional. Na opinião do organismo internacional, esse conjunto de elementos envia um sinal positivo para o mundo.
No relatório do chamado artigo IV, o capítulo que prevê a avaliação anual de seus países-membros, o FMI aponta que a economia brasileira crescerá 2,1% este ano e 1,2% em 2024, convergindo ao longo dos anos seguintes para o potencial da economia brasileira no médio prazo, em torno de 2%.
Na avaliação do Ministério da Fazenda, as estimativas do FMI são consideradas conservadoras e estão abaixo da mediana das estimativas de mercado.
O FMI ressalta ainda que o Brasil precisará enfrentar desafios econômicos de curto e longo prazos para cumprir a agenda proposta pelo governo. Entre os desafios mencionados estão o crescimento potencial relativamente baixo, a inflação, o endividamento das famílias e a falta de espaço fiscal para gastos prioritários, incluindo investimentos públicos, além de riscos associados a mudanças climáticas.
Além da reforma tributária e do novo arcabouço fiscal, o relatório menciona o fortalecimento de mecanismos de resolução de disputas tributárias e o Programa Desenrola do governo federal, de renegociação de dívidas para pessoas negativadas.
Economia brasileira: FMI sustenta que inflação continua em forte trajetória de queda
O Conselho Executivo do FMI também escreveu em seu relatório que a atual política monetária do Brasil é “apropriada” e pediu a continuação de uma abordagem orientada para o futuro e baseada em dados.
O FMI nota ainda que a inflação segue em uma forte trajetória de queda, embora o núcleo e as expectativas mostrem maior resistência.
Nesta terça-feira (1º), o Copom (Comitê de Política Monetária) começa a sua reunião para definir a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75% ao ano. A expectativa do governo e do mercado é de início da trajetória de queda, com um corte de até 0,50 ponto percentual.
A inflação acumulada em 12 meses no Brasil caiu para 3,19% em meados de julho, abaixo da meta de 3,25% do Banco Central do Brasil.
No Boletim Focus do Banco Central, divulgado ontem, o mercado financeiro reduziu de 4,90% para 4,84% a estimativa da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano. Ou seja, o indicador ainda está acima da meta determinada.
Para a Selic, a estimativa do mercado financeiro é de que a taxa básica deve encerrar o ano em 12%, o que deixa claro na visão dos principais agentes de que há espaço para o corte na taxa.
De acordo com comunicado do Ministério da Fazenda, o diretor brasileiro no FMI, Afonso Bevilaqua, disse que o crescimento potencial do país deverá continuar subindo como resultado das reformas efetuadas e as que estão em andamento.
Bevilaqua ainda agradeceu o trabalho do corpo técnico do FMI e reafirmou que “as expectativas domésticas estão evoluindo favoravelmente e que a nova administração tem trabalhado para conciliar uma gestão macroeconômica responsável com justiça social e sustentabilidade ambiental”.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do G1