O Ibovespa acentuou a queda na manhã desta quinta-feira, à medida que as bolsas norte-americanas pioravam, com o Nasdaq, por exemplo, cedendo mais de 3%. Aqui, o indicador voltou a cair para a faixa dos 105 mil pontos já alcançada esta semana e quando também foi além (104.932,97 pontos, mínima diária ontem, marca vista pela última vez em janeiro). “A fala de Jerome Powell , presidente do Fed, de que não pretende subir o juro de forma mais forte para conter a inflação atenuou ontem. Porém, há preocupação quanto à solvência da economia americana”, afirma Eduardo Telles, especialista em renda variável da Blue3.
No Brasil, acrescenta Telles, “mesmo com alta de juros em dois dígitos, não vemos arrefecimento da inflação. Perspectiva de inflação alta é mais pressão negativa para a Bolsa”, diz.
Às 11h13, o Ibovespa cedia 2,62%, aos 105.507,81 pontos, ante mínima diária a 105.464,98 pontos (-2,66%). Entre as três maiores quedas: BRF ON (-9,37%) e Magazine Luiza ON (-8,28%) e CSN ON (-7,08%).
Já nos primeiros minutos da largada do pregão, o Ibovespa perdia a marca dos 108 mil pontos. A queda do indicador acontece ao mesmo tempo em que as bolsas americanas cedem, depois de investidores reavaliarem as palavras de Powell da véspera, quando o FOMC elevou o juro em meio ponto porcentual. No Brasil, a Selic subiu de 11,75% para 12,75% ao ano.
Nem mesmo sinais de que o governo chinês adotará novas medidas para estimular o gigante asiático atenuam a queda do índice Bovespa. O minério de ferro voltou a ser negociado após feriado na China, fechando com valorização em Quingdao, mas ações ligadas ao setor metálico caem em sua maioria (Vale cedia 1,50%).
Também não ameniza a expectativa de um resultado forte no balanço da Petrobras no primeiro trimestre, que sai depois do fechamento da B3.
Os papéis da empresa caíam até 0,50%, apesar da alta do petróleo no exterior. Ações de bancos também recuam em torno de 2%. Bradesco, que divulga balanço também hoje, recuava 2,80% (ON) e 3,22% (PN).
Do Estadão Conteúdo